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Hoje é Segunda-feira, 29 de Dezembro de 2025.
Assim como ocorre com os humanos, cães e gatos também podem desenvolver uma condição semelhante ao Alzheimer. Conhecida como Síndrome da Disfunção Cognitiva (SDC), a doença é mais comum em animais idosos e está relacionada ao envelhecimento natural do cérebro, causando mudanças no comportamento, na memória e na interação com os tutores.
De acordo com o médico-veterinário clínico Lucas de Souza, o quadro surge devido a perdas neurológicas progressivas, redução do fluxo sanguíneo cerebral e acúmulo de substâncias que prejudicam a função cognitiva. Esses fatores fazem com que o animal fique confuso e tenha dificuldade de reconhecer situações rotineiras.
Entre os principais sintomas estão a desorientação dentro de casa, alterações no padrão de sono, esquecimento de comandos básicos, diminuição da interação com a família, vocalizações sem motivo aparente e mudanças no local onde o animal faz xixi e cocô. Segundo o veterinário, muitos tutores associam esses sinais apenas à velhice, mas a repetição frequente desses comportamentos deve servir como alerta.
O diagnóstico da Síndrome da Disfunção Cognitiva é clínico e feito por exclusão. Não existe um exame específico para confirmar a doença, sendo necessário descartar outros problemas comuns em animais idosos, como doenças renais, hormonais, dores crônicas e alterações neurológicas. A avaliação do histórico e do comportamento do pet é fundamental nesse processo.
Embora não tenha cura, a SDC pode ser tratada e controlada. O tratamento inclui medicamentos que auxiliam a função cerebral, suplementos antioxidantes, ômega-3 e, em alguns casos, rações específicas voltadas à saúde do cérebro. Quando iniciado precocemente, o acompanhamento pode retardar a progressão da doença e melhorar significativamente a qualidade de vida do animal.
No dia a dia, os tutores têm papel essencial no cuidado. Manter uma rotina fixa, estimular o pet com brinquedos e atividades simples, evitar mudanças bruscas no ambiente e garantir consultas veterinárias regulares são medidas que ajudam no controle da condição. O veterinário reforça que o animal não age por teimosia, mas por confusão, e precisa de paciência e acolhimento.
A recomendação é que cães e gatos idosos passem por avaliações periódicas. A identificação precoce dos sinais contribui para mais conforto, bem-estar e dignidade na fase final da vida dos pets. Com informações: Campos Grande News
