| Hoje é Sexta-feira, 26 de Dezembro de 2025.

Atentado em mesquita na Síria mata oito fiéis e deixa mais de18 feridos em Homs

Explosão atingiu área predominantemente alauíta, foi reivindicada por grupo extremista e reacende tensão sectária no país
Ampliar
Foto: Reprodução/ Agência estatal de notícias da Síria Sana Por: Editorial | 26/12/2025 19:51

Um atentado matou pelo menos oito fiéis e deixou outras 18 pessoas feridas em uma mesquita localizada em uma área predominantemente alauíta da cidade de Homs, na Síria, nesta sexta-feira (26), segundo informou a mídia estatal síria. Um grupo militante islâmico reivindicou a autoria do ataque.

O episódio é o mais recente contra a comunidade alauíta e marca a segunda explosão registrada em um local de culto desde que autoridades islâmicas assumiram o poder no país, há cerca de um ano. O atentado ocorre meses após um ataque suicida a uma igreja em Damasco, em junho, que deixou 25 mortos.

Em comunicado divulgado no Telegram, o grupo extremista Saraya Ansar al-Sunna afirmou que seus combatentes “detonaram diversos dispositivos explosivos” na Mesquita Imam Ali Bin Abi Talib, localizada no centro da Síria. O grupo surgiu após a deposição do ex-ditador Bashar al-Assad — ele próprio membro da comunidade alauíta — e também reivindicou o atentado à igreja em Damasco, embora as autoridades sírias tenham atribuído esse ataque ao Estado Islâmico.

A agência estatal de notícias Sana informou que a explosão ocorreu na mesquita situada no bairro Wadi al-Dahab, em Homs, e divulgou um balanço preliminar de pelo menos oito mortos e 18 feridos, citando um funcionário do Ministério da Saúde.

Um fotógrafo da agência AFP registrou a atuação das forças de segurança, que isolaram a área ao redor da mesquita. No interior do templo, agentes montaram guarda enquanto fitas de isolamento cercavam o local atingido pela explosão, que ficou parcialmente destruído e coberto por destroços.

Usama Ibrahim, de 47 anos, que recebia atendimento hospitalar após sofrer ferimentos por estilhaços na cabeça e nas costas, relatou que participava das orações de sexta-feira quando ouviu uma forte explosão.
“O mundo ficou vermelho e eu caí no chão. Depois vi sangue escorrendo da minha cabeça”, contou à AFP.

Em nota, o Ministério do Interior da Síria classificou o episódio como “uma explosão terrorista” e afirmou que as autoridades iniciaram uma investigação, além de coletar provas para identificar e responsabilizar os autores do ataque. Segundo uma fonte de segurança ouvida pela Sana, as investigações preliminares indicam que artefatos explosivos plantados dentro da mesquita provocaram a explosão.

O Ministério das Relações Exteriores da Síria condenou o que chamou de “ato criminoso covarde”, afirmando que o atentado faz parte de “tentativas desesperadas e repetidas de minar a segurança e a estabilidade e espalhar o caos entre o povo sírio”. A pasta reiterou a posição do país no combate ao terrorismo e prometeu responsabilizar os envolvidos.

Diversos países, entre eles Arábia Saudita, Líbano, Turquia e Jordânia, também condenaram o ataque.

Embora a maioria da população síria seja muçulmana sunita, a cidade de Homs abriga tanto comunidades sunitas quanto áreas predominantemente alauítas — grupo religioso cuja fé tem origem no islamismo xiita.

Desde a queda de Assad, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos e moradores da província de Homs relatam sequestros e assassinatos de membros da minoria alauíta, em meio a uma escalada de violência sectária no país.

Em março, regiões costeiras da Síria foram palco de um massacre de civis alauítas. As autoridades acusaram apoiadores armados de Assad de instigar a violência ao atacar forças de segurança. Uma comissão nacional de inquérito afirmou que pelo menos 1.426 membros da minoria foram mortos, enquanto o Observatório elevou esse número para mais de 1.700 vítimas.

No fim do mês passado, milhares de pessoas protestaram no litoral sírio contra novos ataques direcionados à comunidade alauíta em Homs e em outras regiões. Antes e depois do massacre de março, as autoridades realizaram uma ampla campanha de prisões em áreas predominantemente alauítas, historicamente associadas ao antigo regime. Com informações A agência de notícias estatal SANA .




PORTAL DO CONESUL
NAVIRAÍ MS
CNPJ: 44.118.036/0001-40
E-MAIL: portaldoconesul@hotmail.com
Siga-nos nas redes sociais: