Calor intenso pode comprometer a eficácia de medicamentos e prejudicar tratamentos

Nos períodos mais quentes do ano, a forma como os medicamentos são armazenados pode ser decisiva para o sucesso de um tratamento. O calor excessivo, comum em grande parte do Brasil, pode alterar a composição de diversos remédios, reduzindo ou até anulando seus efeitos, mesmo quando não há mudanças visíveis no produto.

Segundo a professora Denise Basílio, coordenadora do curso de Farmácia da Estácio, cada medicamento possui uma faixa segura de temperatura. Quando esse limite é ultrapassado, a substância ativa pode se degradar e deixar de funcionar corretamente, ainda que o comprimido, solução ou caneta injetável aparentem estar normais.

Entre os medicamentos mais sensíveis estão as insulinas, como NPH, Regular, Lispro, Aspart e Glargina, além de canetas injetáveis utilizadas para controle glicêmico e emagrecimento. Substâncias como semaglutida e liraglutida necessitam de refrigeração antes do uso e podem perder potência rapidamente se expostas ao calor. Anticoncepcionais orais, antibióticos líquidos, colírios, soluções orais e cremes dermatológicos também sofrem alterações quando armazenados de forma inadequada.

A degradação causada pelo calor pode resultar não apenas na perda de eficácia, mas também na formação de substâncias irritantes. O maior risco, segundo especialistas, é quando o paciente segue corretamente o tratamento, mas não obtém os resultados esperados, acreditando estar protegido ou em processo de cura.

Situações como viagens, deslocamentos longos e atividades ao ar livre aumentam a exposição dos medicamentos a temperaturas elevadas. Um carro fechado, por exemplo, pode atingir rapidamente níveis extremos de calor, tornando impróprio qualquer remédio deixado em seu interior. A recomendação é utilizar bolsas térmicas e, sempre que possível, transportar medicamentos sensíveis em ambientes com temperatura controlada.

Mudanças na cor, no odor, na textura ou a presença de partículas podem indicar que o medicamento foi comprometido. No entanto, nem sempre esses sinais estão presentes. Diante de qualquer dúvida, a orientação é suspender o uso e buscar a avaliação de um profissional de saúde. Com informações: Portal MS News