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Pequenos negócios entram no centro do debate econômico no Encontro Nacional da ANPEC

Sessão inédita no 53º Encontro Nacional de Economia marca a estreia institucional do Sebrae e propõe nova leitura da conjuntura brasileira a partir da base produtiva.
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Sessão Conjuntura do 53º Encontro Nacional de Economia da ANPEC marcou a estreia institucional do Sebrae no principal fórum da academia econômica brasileira (Foto: Divulgação). Por: Editorial | 23/12/2025 15:17

Pela primeira vez em seus 53 anos de história, o Encontro Nacional de Economia da ANPEC abriu espaço institucional para a participação do Sebrae, levando ao principal fórum da academia econômica brasileira uma análise da conjuntura a partir da base produtiva. A iniciativa ocorreu durante a Sessão Conjuntura, realizada no evento que acontece ao longo da semana no Insper, em São Paulo, reunindo diferentes visões sobre o atual momento da economia brasileira.

Cássio da Nóbrega Bezarria (centro) diz que a presença do Sebrae amplia e qualifica o debate no Encontro Nacional de Economia. (Foto: Dvivulgação)

O presidente da ANPEC, Cássio da Nóbrega Bezarria, destacou que a presença do Sebrae amplia e qualifica o debate ao aproximar a análise macroeconômica das decisões cotidianas tomadas por empresas e famílias. Segundo ele, o olhar voltado à microeconomia e ao comportamento das firmas contribui para o aprimoramento da pesquisa acadêmica e para a formulação de políticas públicas mais eficazes.

A sessão foi aberta por Giovanni Beviláqua, coordenador de Acesso a Crédito e Investimentos do Sebrae, que apresentou o tema “A conjuntura vista da base: pequenos negócios e o desenvolvimento do Brasil”. Em sua exposição, ele defendeu a necessidade de deslocar o foco tradicional dos grandes agregados macroeconômicos para a realidade concreta onde a economia se manifesta no dia a dia dos empreendedores. Para Beviláqua, decisões como investir, contratar ou manter o negócio ativo só se tornam visíveis quando se observa a base produtiva.

Os dados apresentados reforçam a relevância dos pequenos negócios no país. Atualmente, 97% das empresas brasileiras pertencem a esse segmento, que responde por mais de 55% dos empregos formais no setor privado e cerca de 26,5% do Produto Interno Bruto. Em 2025, o Brasil ultrapassou a marca de 24 milhões de empreendimentos ativos, majoritariamente micro e pequenas empresas.

O debate também incluiu análises sobre o desempenho recente da economia brasileira. O economista Marcelo Kfoury avaliou que, apesar da perda de ritmo no terceiro trimestre e da estabilidade em patamares mais baixos nos indicadores de confiança no fim do ano, o cenário geral permanece positivo. Ele ressaltou a sequência de aproximadamente 17 trimestres de crescimento do PIB, interrompida apenas nos meses finais, e a expectativa de expansão em torno de 2% em 2025.

Kfoury destacou ainda o mercado de trabalho como o principal ponto positivo da economia, com desemprego em níveis historicamente baixos e forte geração de vagas formais. Embora a massa salarial tenha desacelerado, continua crescendo e sustentando o consumo das famílias e o setor de serviços. Por outro lado, alertou para o aumento do comprometimento da renda familiar, fator que merece atenção nos próximos ciclos econômicos.

O economista Frederico Turolla, sócio-fundador da PEZCO Economics, acrescentou que o desempenho econômico no período pós-pandemia surpreendeu positivamente, possivelmente em função de mudanças estruturais relacionadas ao crédito, à infraestrutura e à organização produtiva.

Encerrando a sessão, Giovanni Beviláqua reforçou que compreender a conjuntura brasileira exige ir além dos indicadores agregados e considerar o papel central dos pequenos negócios na sustentação da economia. Segundo ele, é nessa base que esforço se transforma em renda, renda em dignidade e dignidade em projeto de futuro. Com informações: Agência Sebrae




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