Marinha registra cotidiano dos ribeirinhos do Pantanal em novo documentário

A vida dos ribeirinhos que habitam as margens dos principais rios do Pantanal vai além do sustento proporcionado pela terra e pela água. Durante décadas, essas populações eram quase invisíveis nos censos e pesquisas devido à falta de documentação e ao abandono. Hoje, embora enfrentem dificuldades por viverem em áreas remotas, os ribeirinhos contam com apoio assistencial, logístico e médico.

Em Corumbá, o projeto “Povo das Águas” percorre cerca de 3.500 km por ano, levando serviços públicos essenciais com embarcações equipadas com profissionais de saúde. Resgates aeromédicos realizados por helicópteros socorreram 33 pessoas este ano, reforçando a importância da presença do poder público.

A Marinha do Brasil desempenha papel crucial no acesso a essas comunidades. Desde 2009, o Navio de Assistência Hospitalar Tenente Maximiano realiza missões periódicas ao longo do Rio Paraguai, oferecendo atendimentos médico-hospitalares e promovendo cidadania entre os ribeirinhos. O navio dá nome a um militar que viveu até os 113 anos e participou de duas guerras mundiais e da Revolução de 1932.

Essas ações foram registradas no documentário “O Rio que Somos”, com estreia prevista para 2026, que revela a vida, os saberes tradicionais e a relação profunda dessas populações com os rios. A produção mostra que, apesar dos desafios geográficos e estruturais, os ribeirinhos mantêm autonomia, capacidade produtiva e organização social, apoiados pela assistência médica e pelo pronto resgate em casos de emergência.