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Hoje é Terça-feira, 16 de Dezembro de 2025.
Com as chuvas frequentes em Umuarama, moradores voltaram a conviver com a presença de animais que, à primeira vista, parecem inofensivos, mas podem representar riscos, principalmente para crianças e idosos. Diante dessa situação, uma mãe decidiu fazer um alerta público após um episódio traumático envolvendo a própria filha.
Nos últimos dias, jardins e terrenos baldios passaram a registrar grande quantidade de piolhos-de-cobra, também conhecidos como gongolos. Apesar da aparência pouco ameaçadora, o contato com o animal pode provocar lesões, irritações e dor na pele.
O caso ocorreu na semana passada com a menina Maria Luísa. Segundo a família, a criança se preparava para ir ao CMEI quando decidiu calçar o tênis sozinha, hábito incentivado pelos pais. Embora os calçados ficassem guardados em caixas organizadoras, um piolho-de-cobra estava alojado dentro do tênis, sem que ninguém percebesse.
Inicialmente, a criança não sentiu dor e seguiu para a escola normalmente. Já no CMEI, passou a reclamar de desconforto no pé. Ao retirar o calçado, a professora encontrou o animal esmagado dentro do tênis e notou alteração na coloração da pele da criança, o que aumentou a preocupação.
A situação gerou ainda mais indignação durante o atendimento médico. De acordo com a mãe, o profissional de saúde demonstrou desconfiança quanto ao relato, levantando hipóteses como tinta utilizada em atividades escolares ou até picada de escorpião. “Ver sua filha com dor, assustada, e ainda não ser levada a sério é desesperador”, relatou.
Após o ocorrido, a família decidiu transformar a experiência em um alerta à comunidade. Em períodos de chuva, é fundamental verificar calçados, roupas e brinquedos antes do uso. Segundo a mãe, o objetivo é evitar que outras famílias passem pela mesma situação.
Especialistas esclarecem que o piolho-de-cobra não oferece risco grave à saúde humana. O biólogo Vidal Haddad Junior, professor titular de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Botucatu, explica que o animal pertence ao grupo Diplopoda e libera uma substância defensiva que pode causar inflamação leve e pigmentação temporária na pele. “A mancha é apenas uma tinta, que desaparece em algumas semanas, sem efeitos sistêmicos”, afirma.
A estagiária em medicina veterinária Tamires Aragão reforça que não há risco de necrose. “Basta lavar o local com água e sabão. Em poucos dias, a mancha desaparece”, orienta. Em alguns casos, pomadas podem ser indicadas para aliviar a ardência.
Apesar de não representar gravidade clínica, especialistas destacam que a informação correta e a prevenção são essenciais para evitar sustos e garantir a segurança das famílias. Com informações: Obemdito.
