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Hoje é Sábado, 27 de Dezembro de 2025.
A colheita de laranja em Mato Grosso do Sul deve ampliar significativamente a oferta de vagas de trabalho, com salários que podem chegar a R$ 7 mil, impulsionada pela expansão da citricultura no Estado. Atualmente, a Fazenda Paraíso, em Três Lagoas, colhe laranjas em uma área de 230 hectares uma vez por ano e precisa dobrar o número de funcionários nesse período, passando para cerca de 80 trabalhadores, a maioria vinda do Nordeste.
Fileiras de pomares de laranja na Fazenda Paraíso (Foto: Marcos Maluf).
O plantio na fazenda começou em 2007, quando a citricultura ainda era incipiente em Mato Grosso do Sul. Os pomares mais antigos ultrapassam quatro metros de altura, enquanto os mais novos utilizam técnicas modernas de enxertia, facilitando o manejo e aumentando a resistência das plantas. Apesar disso, o trabalho é desgastante devido ao sol intenso da região. A fazenda fornece equipamentos de proteção individual, protetor solar, água e reposição de sais minerais aos funcionários.
Com o microfone na mão, Eduardo guia grupo de visitantes entre os laranjais durante visita técnica (Foto: Marcos Maluf)
A função mais bem remunerada é a de colhedor, com ganhos entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, conforme a produtividade. Outras funções incluem tratorista, com salário médio de R$ 3,5 mil, e vagas operacionais com remuneração entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil. A jornada de trabalho é de oito horas diárias, de segunda a sexta-feira, com controle por biometria facial. Trabalhadores temporários podem negociar jornadas aos sábados em períodos de maior produção e recebem férias e 13º salário proporcionais.
Segundo a administração da fazenda, a rotatividade é baixa, e a contratação direta com regras rígidas ajudou a evitar problemas trabalhistas enfrentados no passado. Os empregados contam com alojamentos individuais, alimentação diária, lavanderia de uniformes e transporte para visitas periódicas às famílias.
Titular da Semadesc, Jaime Verruck fala durante evento sobre citricultura (Foto: Marcos Maluf)
Com a projeção da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) de expansão dos pomares de laranja de 15 mil para até 100 mil hectares até 2030, a demanda por mão de obra tende a crescer ainda mais. Para suprir essa necessidade, o governo estadual estuda alternativas como a mecanização da colheita e a contratação de trabalhadores indígenas. A proposta é aproveitar a mão de obra que atualmente se desloca para outros estados em safras de maçã, especialmente em municípios como Sidrolândia, onde a citricultura já está em expansão.
Atualmente, cerca de 40 mil hectares de laranja estão em fase de implantação em diversos municípios sul-mato-grossenses, incluindo Sidrolândia, Campo Grande, Terenos, Ribas do Rio Pardo, Dois Irmãos do Buriti, Aparecida do Taboado, Cassilândia, Três Lagoas, Bataguassu e Paranaíba, consolidando o Estado como uma nova fronteira da citricultura no país. Com informações: Campo Grande News
