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Opas alerta que gripe pode chegar mais cedo e ter maior impacto em 2026

Circulação precoce do vírus no Hemisfério Norte leva a recomendações de reforço da vigilância, preparação dos sistemas de saúde e ampliação da vacinação.
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Vacina contra a gripe é considerada a principal estratégia para reduzir casos graves e óbitos por influenza, segundo a Opas e a OMS (Foto: Ministério da Saúde/Divulgação). Por: Editorial | 13/12/2025 09:00

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta indicando que a temporada de gripe nas Américas pode começar mais cedo em 2026 e apresentar maior impacto do que o habitual. A avaliação se baseia em dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que apontam aumento da circulação global do vírus influenza nos últimos meses, com predominância do influenza A (H3N2).

Embora, de forma geral, a atividade do vírus ainda esteja dentro do esperado para uma temporada sazonal, alguns países já registraram início precoce da circulação e níveis de transmissão acima do padrão histórico para este período do ano. Diante desse cenário, a Opas e a OMS publicaram notas técnicas e alertas epidemiológicos recomendando o fortalecimento da vigilância, a preparação dos serviços de saúde e o aumento da cobertura vacinal, especialmente entre os grupos mais vulneráveis.

O principal fator que motivou o alerta foi a antecipação da circulação do vírus no Hemisfério Norte, onde a atividade começou antes do inverno. Desde agosto de 2025, a vigilância genômica global identificou a rápida expansão de um subclado específico do influenza A (H3N2), conhecido como J.2.4.1 ou subclado K, já detectado em dezenas de países.

Até o momento, não há evidências de aumento relevante da gravidade clínica, como crescimento expressivo de internações em unidades de terapia intensiva ou de óbitos. Ainda assim, a Opas destaca que temporadas dominadas pelo H3N2 historicamente têm maior impacto entre idosos, o que justifica a adoção de medidas preventivas com antecedência.

Especialistas explicam que o influenza é um vírus que sofre mutações constantes, processo chamado de deriva genética. Os subtipos H1N1 e H3N2 são os que mais frequentemente infectam humanos e causam epidemias anuais. O surgimento do subclado K não representa uma nova cepa, mas uma evolução genética que pode favorecer maior transmissibilidade.

Segundo o infectologista Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), entre 15% e 20% da população mundial é infectada pelo vírus da gripe todos os anos, e mesmo pessoas que tiveram a doença recentemente continuam sob risco. Embora o subclado ainda não tenha sido detectado de forma sustentada na América do Sul, a OMS considera provável que cepas em circulação no Hemisfério Norte cheguem a outras regiões nos próximos meses.

O Brasil está no radar das autoridades sanitárias porque o comportamento do influenza tende a ser global. Em um cenário de intenso fluxo de viagens internacionais, vírus que circulam primeiro no Hemisfério Norte costumam alcançar o Sul meses depois. Por isso, a Opas recomenda que os países das Américas se preparem para uma possível temporada de gripe mais precoce ou mais intensa em 2026.

A vacinação segue sendo a principal estratégia de prevenção. A composição da vacina contra a gripe é atualizada anualmente com base em um sistema global de vigilância coordenado pela OMS. Dados preliminares indicam que, mesmo quando há diferenças genéticas entre os vírus circulantes e os incluídos na vacina, a imunização continua eficaz na prevenção de formas graves da doença, reduzindo hospitalizações e mortes.

Grupos como idosos, crianças pequenas, gestantes, pessoas com doenças crônicas e imunocomprometidos concentram a maior parte das internações e óbitos por influenza. Segundo a SBIm, esses grupos respondem por cerca de 70% a 80% das mortes relacionadas à gripe todos os anos, o que reforça a necessidade de priorização da vacinação e do monitoramento contínuo dos casos. Com informações: g1




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