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Bloqueio indígena mantém Anel Viário de Dourados fechado pelo segundo dia

Manifestantes protestam contra o marco temporal e aguardam posição oficial de autoridades antes de liberar a via.
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Indígenas permanecem no Anel Viário de Dourados desde a tarde de quinta-feira (11), mantendo a rodovia fechada nos dois sentidos (Foto: Clara Medeiros/Dourados News). Por: Editorial | 12/12/2025 09:10

O bloqueio realizado por indígenas no Anel Viário de Dourados, entre a Avenida Guaicurus e a MS-156, continuou nesta sexta-feira (12). Após o protesto iniciado na tarde de quinta-feira (11), a rodovia segue totalmente interditada nos dois sentidos, sem previsão de liberação.

De acordo com informações apuradas pelo Dourados News, equipes da Polícia Militar Rodoviária permanecem no trecho para organizar o fluxo e orientar motoristas. Um oficial da corporação informou que caminhões que chegam pela MS-156 estão sendo direcionados para a BR-463, já que os manifestantes não sinalizaram qualquer possibilidade de liberar o trânsito.

Segundo ele, houve uma abertura temporária na noite anterior para passagem de carretas, devido ao acúmulo de veículos, mas o grupo afirma que não repetirá a medida sem receber retorno de autoridades federais. “Eles não têm previsão de liberar. Seguimos acompanhando”, afirmou.

Entre os participantes da mobilização, uma das lideranças indígenas relatou que o bloqueio começou por volta das 14h50 de quinta-feira (11). No final da tarde, o grupo liberou momentaneamente a passagem de caminhões para evitar congestionamento, já que outro ponto da rodovia também estava interditado. Depois, permaneceram no local durante toda a madrugada.

“Estamos aqui com mulheres e crianças. Não dormimos, ficamos segurando a BR”, disse a liderança. Ela afirma que a comunidade teme que uma eventual aprovação do marco temporal resulte em despejos e defende que o grupo só deixará o local após uma manifestação oficial de autoridades. “Queremos que alguém venha conversar, trazer informação clara. Precisamos saber se foi aprovado ou não. Sem resposta, vamos continuar aqui”, reforçou.

O protesto ocorre em meio ao andamento do julgamento do marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF). Conforme divulgado pela Agência Brasil, a Corte encerrou nesta quinta-feira (11) a fase de sustentações orais em quatro processos sobre o tema.

Com o recesso do Judiciário previsto para começar no dia 20, a votação dos ministros deve ocorrer apenas no ano que vem. Embora o STF tenha considerado a tese inconstitucional em 2023, o debate foi retomado após o Congresso derrubar o veto presidencial que barrava a regra. O marco temporal estabelece que os povos indígenas só teriam direito às terras ocupadas até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. A medida é defendida por partidos como PL, PP e Republicanos, enquanto organizações indígenas e partidos governistas contestam a proposta. Com informações: Dourados News.




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