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Hoje é Segunda-feira, 15 de Dezembro de 2025.
A lei que proíbe menores de 16 anos de usarem redes sociais começou a valer na Austrália nesta quarta-feira (10), provocando alívio para alguns pais e desconforto para outros responsáveis e adolescentes. A medida, pioneira no mundo, foi aprovada no fim de 2024 e busca proteger jovens de conteúdos impróprios, aliciamento e riscos à saúde mental, sob o lema Let them be kids.
Com a mudança, plataformas como Instagram, Facebook, Threads, TikTok, Snapchat, YouTube, X, Reddit, Kick e Twitch devem desativar contas de menores de 16 anos e impedir novas criações. Ficam de fora serviços como YouTube Kids, Google Classroom, WhatsApp, Roblox e Discord, por não terem como propósito principal a interação direta e a publicação livre entre usuários.
Brasileiros que vivem na Austrália relataram como estão lidando com a nova rotina.
Oprah Parsons, de Woy Woy, afirma que não imaginava o quanto a filha Theodora, de 9 anos, era dependente das redes. Segundo ela, a menina ficou ansiosa e desorientada quando teve as contas bloqueadas. Oprah acredita que a mudança pode ser positiva, já que vinha encontrando resistência ao impor limites por conta própria. Agora, incentiva a filha a brincar e desenhar.
A adolescente Gabriella Rossi, de 14 anos, moradora de Sydney, perdeu o acesso ao YouTube e diz sentir que sua liberdade foi reduzida, embora não utilizasse plataformas como TikTok ou Instagram. Sua mãe, Fernanda Rossi, defende que decisões desse tipo deveriam partir das famílias e das escolas, e teme que a proibição possa despertar ainda mais interesse entre os jovens.
Para Ana Lucia Ferreira, moradora de Sydney há mais de duas décadas, a medida foi bem recebida por ela e por outros pais. Seus filhos Alicia, de 12 anos, e Jake, de 15, passavam cerca de duas horas por dia nas redes antes do bloqueio. Segundo ela, a antecipação do anúncio e o preparo das escolas contribuíram para uma adaptação tranquila. Acredita que a mudança devolve às crianças tempo para criatividade e atividades físicas.
Mesmo sem relatos diretos de adolescentes que burlaram o sistema, jovens contaram que alguns alteraram a data de nascimento antes do bloqueio. Outros tentaram, mas foram impedidos por ferramentas de reconhecimento facial. Após perder o acesso ao TikTok, Jake baixou um aplicativo semelhante que ainda não entrou na lista proibida. De acordo com a imprensa local, o governo monitora essas plataformas alternativas e pode ampliar o bloqueio.
No Brasil, medidas voltadas à proteção digital de adolescentes também estão previstas. Em março de 2026, passam a valer as normas do Estatuto Digital da Criança e do Adolescente (ECA Digital), aprovado em setembro. Com informações: g1
