|
Hoje é Segunda-feira, 15 de Dezembro de 2025.
A Paramount apresentou nesta segunda-feira (8) uma oferta hostil para adquirir a Warner Bros., superando a proposta anunciada pela Netflix na semana passada. A empresa confirmou que acrescentou US$ 18 bilhões ao valor ofertado pela concorrente, que havia proposto US$ 82,7 bilhões pela aquisição. Com isso, a nova proposta da Paramount chega a US$ 30 por ação.
A oferta, liderada por David Ellison, supera o valor de US$ 27,75 por ação proposto pela Netflix. Segundo a Paramount, a proposta da rival oferece “valor inferior e incerto” e ainda expõe os acionistas a um processo regulatório prolongado.
O movimento ocorre um dia após o presidente Donald Trump declarar que o acordo com a Netflix poderia enfrentar resistência de autoridades antitruste, devido ao impacto no mercado de streaming.
David Ellison, apoiado pelo pai, Larry Ellison, fundador da Oracle, assumiu o controle da Paramount em agosto, após negociação estimada em US$ 8,4 bilhões. Durante boa parte das discussões envolvendo a venda da Warner Bros., acreditava-se que os Ellisons estavam bem posicionados para concluir o negócio, devido à capacidade financeira da família e ao interesse declarado nos ativos da empresa.
Mesmo após múltiplas ofertas, a Warner Bros. optou pelo acordo com a Netflix, que avaliou a empresa em US$ 82,7 bilhões. A conclusão da operação, porém, depende da separação dos canais de TV linear da Warner Bros., prevista para o terceiro trimestre de 2026.
A disputa, no entanto, deve se prolongar. A complexidade regulatória do setor de mídia e a possibilidade de intervenção governamental indicam que a negociação pode enfrentar obstáculos. Uma carta enviada pelos advogados da Paramount à direção da Warner Bros. sugeriu que o acordo com a Netflix teria dificuldade para avançar devido a preocupações antitruste, destacando que a Netflix poderia enfrentar seu primeiro grande desafio regulatório global.
O governo Trump já demonstrou interesse no caso. Segundo a imprensa norte-americana, representantes da Paramount se reuniram com membros do governo para discutir a operação. Embora o Executivo não tenha poder direto para impedir a fusão, pode influenciar o processo, sobretudo por meio do Departamento de Justiça.
Além disso, sindicatos de Hollywood se manifestaram contra a fusão entre Netflix e Warner Bros., citando possíveis demissões e redução na produção de conteúdo. A consultoria Morningstar avalia que as chances de aprovação regulatória são equilibradas, de 50%.
Caso o acordo com a Netflix seja rejeitado, a empresa terá de pagar multa de US$ 5,8 bilhões à Warner Bros. Discovery. A Netflix, porém, declarou que não teme o processo regulatório e que seguirá colaborando com as autoridades competentes.
A Paramount, por sua vez, sinaliza que continuará na disputa, apoiada pelos recursos financeiros da família Ellison e pela estratégia de expansão que já garantiu sua aquisição anterior no setor. Com informações: Forbes
