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Inflação deve voltar a fechar dentro da meta após quatro anos

Projeções do mercado indicam IPCA abaixo de 4,5% em 2025; valorização cambial e queda no preço dos alimentos contribuíram para a desaceleração.
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Preços dos alimentos, que têm grande peso no índice oficial, ajudaram a desacelerar a inflação ao longo de 2025. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil) Por: Editorial | 08/12/2025 07:51

A inflação medida pelo IPCA deve fechar 2025 dentro da meta pela primeira vez em quatro anos, segundo expectativas do mercado financeiro. A meta definida pelo Conselho Monetário Nacional é de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, o que estabelece intervalo entre 1,5% e 4,5%. O mais recente Boletim Focus aponta projeção de 4,43% para o índice neste ano, abaixo do teto de tolerância e levemente menor que a estimativa da semana anterior.

Economistas avaliam que a reversão do quadro inflacionário se deve principalmente à valorização do câmbio e à redução dos preços dos alimentos, itens de grande peso na composição do IPCA. Apesar da persistência da inflação de serviços, a política monetária mais restritiva ajudou a desacelerar a atividade econômica. A mudança na bandeira tarifária de energia, que passou da vermelha para a amarela, também contribuiu para aliviar o índice. A Austin Rating revisou suas projeções para novembro e dezembro, reduzindo estimativas e reforçando a expectativa de IPCA próximo de 4,3% no fechamento de 2025.

O dado mais recente divulgado pelo IBGE mostra inflação acumulada de 4,15% no ano e de 4,50% em 12 meses. Para analistas, o cumprimento da meta indica que a política monetária vem produzindo resultados, após anos de pressão inflacionária e sucessivos descumprimentos do intervalo de tolerância.

Especialistas destacam ainda que, embora o período seja de desinflação, o setor de serviços permanece como ponto de atenção devido ao mercado de trabalho aquecido. Mesmo assim, a expectativa é de continuidade da desaceleração em 2026, sustentada por câmbio mais favorável, preços de alimentos mais baixos e manutenção de política monetária contracionista, ainda que com taxas de juros menores ao longo do próximo ano.

Quando a meta não é cumprida, o presidente do Banco Central deve justificar formalmente o descumprimento ao ministro da Fazenda. A regra, que antes previa explicações anuais, foi alterada em 2024. Agora, a comunicação é exigida sempre que a inflação acumulada em 12 meses ficar, por seis meses consecutivos, fora do intervalo de tolerância. Em julho, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, enviou carta ao ministro Fernando Haddad atribuindo o desvio da meta à atividade econômica aquecida, mercado de trabalho resiliente, desancoragem das expectativas, choques de preços de alimentos industrializados e tarifas de energia. No início do ano, o BC já havia se manifestado sobre o IPCA de 2024, que fechou em 4,83%, acima do limite permitido.

Há cinco meses, as projeções indicavam cumprimento da meta apenas em 2026. A melhora recente nas projeções, contudo, reforça um cenário mais favorável para o controle da inflação. Com informações: IstoÉDinheiro




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