Clima instável cria riscos para a soja em MS e exige cuidados dos produtores

O clima atípico tem alterado o comportamento das pragas da soja em Mato Grosso do Sul, gerando desafios diferentes para cada região do estado no início da safra. De acordo com a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho), o avanço rápido do plantio, combinado com calor acima do normal e chuvas irregulares, favoreceu a proliferação de insetos e plantas competidoras, aumentando os riscos para as lavouras.

O levantamento, que avaliou oito regiões produtoras, aponta que o impacto do clima varia pelo estado:

• Norte: A umidade irregular e o solo aquecido favoreceram insetos que atacam plântulas, causando falhas no estande. Complicações: redução no crescimento inicial das plantas e menor uniformidade da lavoura. Cuidados: monitoramento constante das plântulas e aplicação de defensivos adequados para controlar os insetos precocemente.

• Centro: A região enfrenta invasoras resistentes e insetos que se multiplicam rapidamente com o calor. Complicações: aumento do estresse das lavouras, menor disponibilidade de água e nutrientes, prejudicando o desenvolvimento da soja. Cuidados: manejo integrado de plantas daninhas, controle preventivo de pragas e atenção à irrigação, quando possível.

• Nordeste: O calor intenso estimulou o avanço de plantas daninhas que competem por espaço e nutrientes. A presença de insetos é menor. Complicações: redução do vigor das lavouras e risco de atrasos no crescimento. Cuidados: capinas, aplicação de herbicidas seletivos e acompanhamento frequente do desenvolvimento das plantas.

• Sudoeste: Períodos secos intercalados com chuvas rápidas favorecem pragas que atacam após a emergência. Complicações: perdas silenciosas, com redução de estande e vigor inicial das plantas. Cuidados: inspeção regular das lavouras, controle de insetos e manutenção do solo protegido.

• Sul: A região concentra lavouras mais vulneráveis devido ao aumento de insetos que atacam as primeiras estruturas da planta e à presença de plantas invasoras. Complicações: comprometimento do crescimento inicial e risco maior de perdas. Cuidados: vigilância constante, aplicação de defensivos e manejo de plantas daninhas.

• Fronteira Sul: Combinação de insetos e plantas competidoras, potencializada pela alternância de calor e pancadas de chuva. Complicações: surgimento de focos isolados de risco e movimentação rápida das pragas. Cuidados: monitoramento frequente, identificação precoce de infestações e ações corretivas rápidas.

Segundo a Aprosoja, embora a maior parte das lavouras esteja saudável, o clima quente e irregular nas próximas semanas aumenta o risco de propagação de pragas. Os técnicos reforçam que calor, umidade e acúmulo de resíduos criam ambiente ideal para pragas no início da safra, e que o sucesso da produção depende de manejo antecipado, vigilância constante e respostas rápidas aos primeiros sinais de infestação.