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Hoje é Domingo, 07 de Dezembro de 2025.
O dólar encerrou a sexta-feira em forte alta, avançando mais de 2% e fechando cotado a R$ 5,4328, no maior patamar registrado em quase dois meses. O Ibovespa, que havia começado o dia em território positivo, reverteu o movimento e terminou a sessão com queda de 4,31%, aos 157.369 pontos, o pior desempenho intradia desde fevereiro de 2021, quando o índice recuou 4,87%.
O que poderia ter sido um pregão guiado pelos dados de inflação dos Estados Unidos acabou sendo dominado pelas movimentações políticas em Brasília. A sinalização de que Flávio Bolsonaro pode disputar a Presidência da República em 2026 provocou uma imediata piora na percepção dos investidores, impulsionando o dólar e derrubando o Ibovespa.
A possível substituição de Jair Bolsonaro pelo filho frustrou expectativas do mercado em torno de uma chapa considerada mais competitiva, formada por Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro, o que alterou o humor dos agentes financeiros.
No cenário doméstico, o PIB do terceiro trimestre, divulgado na véspera, mostrou crescimento modesto de 0,1%, refletindo desaceleração nos serviços e no consumo das famílias. O resultado reforçou projeções de que o Banco Central poderá iniciar cortes na taxa básica de juros já em janeiro.
No exterior, o índice de preços PCE dos Estados Unidos avançou 0,3% em setembro, repetindo o ritmo de agosto e reforçando expectativas de redução de juros pelo Federal Reserve na semana seguinte.
Apesar do ambiente externo relativamente favorável, a questão política no Brasil prevaleceu. Analistas destacaram que a eventual candidatura de Flávio Bolsonaro pode fragmentar a base bolsonarista, reduzir previsibilidade eleitoral e aumentar incertezas, fatores que costumam pressionar o câmbio e levar investidores a reduzir exposição ao risco.
Especialistas apontaram que, embora a volatilidade tenha aumentado, a perspectiva de médio prazo para a bolsa segue positiva, sustentada por preços atrativos, possibilidade de início de ciclo de cortes de juros e expectativa de mudanças no ambiente político.
No cenário internacional, bolsas americanas e europeias operaram próximas da estabilidade, reagindo aos dados de inflação e às expectativas de política monetária, enquanto mercados asiáticos registraram desempenho misto impulsionado pelo setor de tecnologia na China. Com informações: g1
