Preços da indústria recuam 0,48% em outubro e registram nona queda consecutiva

O Índice de Preços ao Produtor registrou queda de 0,48% em outubro na comparação com setembro, marcando o nono mês seguido de retração nos preços da indústria nacional. Os dados, divulgados nesta sexta-feira (5) pelo IBGE, mostram ainda recuos de 1,82% no acumulado dos últimos 12 meses e de 4,33% no ano. Em outubro de 2024, o índice havia subido 0,97%.

O IPP mede as variações de preços de produtos industriais na “porta da fábrica”, sem considerar impostos ou fretes, abrangendo tanto as indústrias extrativas quanto as de transformação. Em outubro, 11 das 24 atividades pesquisadas tiveram queda nos preços em relação ao mês anterior.

A maior influência negativa veio do setor de alimentos, que apresentou redução de 1,47% e contribuiu com -0,36 ponto percentual para o resultado geral. O movimento foi impulsionado principalmente pela queda no preço do açúcar VHP, acompanhando o período de safra da cana-de-açúcar. Também pesaram no recuo os menores valores do leite, em função do aumento da captação, e da carne bovina, influenciada por menor demanda e descontos adotados pelas empresas.

Outros produtos químicos registraram a maior variação negativa do mês, com recuo de 2,00%, seguida por queda nos preços de calçados e produtos de couro e de metalurgia. Entre os setores com maior impacto no índice estão alimentos, outros produtos químicos, metalurgia e refino de petróleo e biocombustíveis.

Segundo o gerente de análise e metodologia do IBGE, Alexandre Brandão, o acumulado do ano até outubro representa o segundo menor resultado para o mês desde o início da série histórica, em 2014. Ele destaca que o comportamento do câmbio e o período de safra de produtos como cana, soja e arroz contribuíram para a tendência de redução nos preços. Setores como indústrias extrativas, metalurgia e refino de petróleo também influenciaram negativamente o indicador ao longo do ano.

Na passagem de setembro para outubro, os preços por grandes categorias econômicas tiveram as seguintes variações: bens de capital, 0,19%; bens intermediários, -0,65%; bens de consumo, -0,38%, com estabilidade nos bens de consumo duráveis e queda de 0,46% nos semiduráveis e não duráveis. A maior contribuição veio dos bens intermediários, com -0,35 ponto percentual.

O IPP monitora mensalmente, em mais de duas mil empresas, os preços recebidos pelos produtores domésticos, funcionando como um indicador essencial para análise macroeconômica e acompanhamento de tendências inflacionárias. A próxima divulgação do índice, referente a novembro, será feita em 16 de janeiro. Com informações: Agência GOV