|
Hoje é Sexta-feira, 12 de Dezembro de 2025.
O Vaticano divulgou, no fim de novembro, uma nova nota doutrinal que retoma um tema recorrente e sensível dentro da Igreja Católica: o papel do sexo no casamento. O documento, assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé e aprovado pelo papa Leão XIV, reforça que a sexualidade não se limita à finalidade de gerar filhos. Segundo o texto, o ato sexual fortalece o vínculo entre marido e mulher, aprofunda a vida afetiva e pode ser vivido como expressão de amor e caridade conjugal.
A orientação, apresentada pelo g1 em forma de síntese, detalha o que a Igreja considera permitido, proibido e recomendado dentro da vida sexual dos casais católicos.
Entre os pontos permitidos, o documento afirma que a relação sexual no matrimônio pode ocorrer mesmo sem a intenção direta de procriação. A união física é descrita como meio legítimo de nutrir a intimidade e o afeto entre os cônjuges. Casais inférteis continuam plenamente integrados à vida matrimonial, já que a dimensão unitiva do sexo permanece válida independentemente da fertilidade. O texto também menciona que períodos naturais de infertilidade podem ser vividos com ternura e proximidade.
No campo das proibições, a nota mantém a posição tradicional da Igreja contra contraceptivos artificiais, ainda que não os cite nominalmente. Métodos naturais são os únicos recomendados para espaçar gestações. Relações sexuais fora do casamento continuam classificadas como pecado grave, e o documento reafirma que o matrimônio católico é exclusivo e monogâmico, excluindo práticas como o poliamor.
Entre as recomendações, o Vaticano destaca que o sexo deve ser vivido como parte da “caridade conjugal”, integrando dimensão emocional, espiritual e física. A reciprocidade é tratada como fundamento da união matrimonial, e o texto orienta que a sexualidade não seja conduzida apenas pelo desejo, mas acompanhada de responsabilidade e compromisso. A nota também alerta para o que considera excessos ligados ao individualismo contemporâneo, como a busca descontrolada por prazer ou a negação de finalidades tradicionais da sexualidade.
A orientação recorre ainda a referências bíblicas, poéticas e filosóficas para reforçar a visão da unidade conjugal, citando autores como Pablo Neruda, Eugenio Montale e Kierkegaard. A síntese do documento reafirma que o prazer sexual é reconhecido e valorizado dentro do casamento, desde que integrado ao amor e à fidelidade.
O Vaticano destaca que a sexualidade conjugal deve ser expressão de uma união exclusiva, duradoura e guiada por responsabilidade mútua. Com informações: g1
