|
Hoje é Quinta-feira, 18 de Dezembro de 2025.
Dados divulgados nesta quarta-feira (3/12) pelo IBGE mostram que as políticas públicas implementadas nos últimos anos foram decisivas para reduzir a pobreza e a extrema pobreza no Brasil. Entre 2023 e 2024, a proporção de brasileiros vivendo na pobreza, definida como rendimento domiciliar per capita inferior a US$ 6,85 PPC por dia (R$ 694 por mês), caiu de 27,3% para 23,1%, o que representa 8,6 milhões de pessoas a menos nessa situação. No mesmo período, a extrema pobreza, referente à renda inferior a US$ 2,15 PPC por dia (R$ 218 por mês), passou de 4,4% para 3,5%, uma redução de 1,9 milhão de pessoas.
O IBGE aponta que, sem benefícios de programas sociais, a situação seria inversa. A extrema pobreza teria saltado de 3,5% para 10,0% da população em 2024, enquanto a pobreza subiria de 23,1% para 28,7%. A manutenção dos valores pagos pelo Bolsa Família acima do nível pré-pandemia e o maior dinamismo do mercado de trabalho foram fatores determinantes nessa queda. A renda do trabalho continua respondendo por mais de 70% do rendimento domiciliar total no país.
A região Nordeste registrou a maior redução proporcional da pobreza entre 2023 e 2024, passando de 47,2% para 39,4%. A região Sul apresentou o menor índice de pobreza, com 11,2%. No recorte por raça e gênero, os dados indicam que mulheres, pessoas pretas e pardas são os grupos mais afetados: 24,0% das mulheres e 29,8% das pessoas pardas estavam na pobreza, enquanto o índice entre brancos foi de 15,1%.
Entre idosos, o acesso a aposentadorias e pensões tem forte impacto. Sem esses benefícios, a extrema pobreza nesse grupo saltaria de 1,9% para 35,2%, e a pobreza passaria de 8,3% para 52,2%. O índice de Gini, que mede a desigualdade de renda, também seria 7,5% maior no país sem programas sociais, chegando a 0,542.
No cenário internacional, o Brasil segue entre os países mais desiguais. Em 2022, os 20% mais ricos ganhavam cerca de 11 vezes mais que os 20% mais pobres, marca superada apenas pela Costa Rica entre os 40 países avaliados pela OCDE.
Em relação ao mercado de trabalho, 11,9% dos trabalhadores ocupados estavam na pobreza em 2024, o equivalente a 12 milhões de pessoas. Entre os desocupados, a taxa chegou a 47,6%. A proporção foi maior entre trabalhadores sem carteira assinada (20,4%), por conta própria (16,0%), na agropecuária (29,3%) e nos serviços domésticos (22,9%). Setores como administração pública, saúde e serviços sociais apresentaram os menores índices, com 4,6%.
A pesquisa integra a Síntese de Indicadores Sociais 2025, que reúne informações sobre mercado de trabalho, padrão de vida, distribuição de rendimentos, educação, perfil da população idosa e grupos ocupacionais. Com informações: Agência GOV
