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Comissão de Anistia concede perdão e indenização ao ex-jogador Reinaldo, do Atlético-MG

Ex-atleta teve comprovada perseguição política durante a ditadura militar; decisão inclui indenização de R$ 100 mil e reforça a importância da justiça de transição no país.
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Comissão de Anistia reconhece perseguição política e concede indenização ao ex-jogador Reinaldo (Foto: Clarice Castro/MDHC) Por: Editorial | 03/12/2025 09:33

A Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reafirmou, na 10ª Sessão de Turma realizada nesta terça-feira (2), o compromisso com a memória, a verdade e a justiça ao analisar casos de perseguição política ocorridos durante a ditadura civil-militar (1964–1985). Entre os processos apreciados está o do ex-jogador do Atlético-MG, José Reinaldo Lima, que teve reconhecido o status de anistiado político e recebeu também o direito a indenização em parcela única de R$ 100 mil.

Em sua representação, o ex-atleta relatou que foi monitorado pelo Sistema Nacional de Informações (SNI) e que enfrentou perseguições inclusive no ambiente esportivo. Reinaldo lembrou que, embora sua trajetória em campo seja amplamente conhecida, sua luta silenciosa contra a repressão estatal marcou profundamente sua vida pessoal e profissional. Ele destacou que campanhas de difamação foram articuladas para fragilizar sua imagem e silenciar suas manifestações políticas em defesa da democracia.

Conhecido por celebrar gols com o punho cerrado, gesto associado ao movimento dos Panteras Negras e mal visto pelos militares, o ex-jogador também se posicionou publicamente a favor da redemocratização, o que intensificou as ações de vigilância e difamação contra ele.

O voto da relatoria, apresentado pela conselheira Rita Maria de Miranda Sipahi, foi acompanhado por unanimidade pelos membros da Comissão de Anistia, que reconheceram o impacto das perseguições sofridas e a gravidade da violência política à qual o ex-atleta foi submetido.

Ao comentar o julgamento, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, ressaltou que o caso demonstra o papel do esporte como espaço de resistência democrática e enfrentamento ao racismo. Ela afirmou que o reconhecimento da perseguição sofrida por Reinaldo reforça a necessidade de manter viva a política de memória e verdade, fundamental para que violações desse tipo não se repitam.

Na mesma sessão, a Comissão analisou outros 19 processos, enquanto outros 32 seguem para apreciação na Sessão Plenária prevista para o período da tarde. Criada pela Lei nº 10.559/2002, a Comissão de Anistia é responsável por examinar pedidos de pessoas perseguidas por razões exclusivamente políticas entre 1946 e 1988, período que abrange a ditadura militar. Com informações: Agência GOV




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