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Hoje é Sexta-feira, 12 de Dezembro de 2025.
Reconhecido mundialmente como celeiro do mundo, o Brasil enfrenta o desafio de aumentar em 70% sua produção de alimentos até 2050, conforme projeções da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura). O país, que já alimenta cerca de 900 milhões de pessoas, precisa ampliar a produtividade sem expandir suas fronteiras agrícolas, exigindo tecnologias eficientes e preservação ambiental. De acordo com o MAPA, o Brasil perde cerca de US$ 2,5 bilhões anualmente devido à erosão hídrica em áreas agrícolas, especialmente em pastagens degradadas. O país possui 27,7 milhões de hectares com potencial de conversão produtiva.
Para o zootecnista Oswaldo Stival Neto, especialista em pastagens, a solução está na recuperação de áreas degradadas e no uso de tecnologias sustentáveis. Ele aponta o capim Tifton 85, uma gramínea de alta produtividade e valor nutritivo, como uma alternativa tecnológica. O Tifton 85 oferece o dobro do valor nutritivo do capim braquiária, produz mais matéria seca e forma uma cobertura densa que protege o solo contra erosão. Stival destaca que o uso adequado do Tifton 85 pode aumentar a lotação animal em até dez vezes e produzir até 40 arrobas por hectare.
Apesar de ser reconhecido, o Tifton 85 enfrentava um entrave no plantio por ramas, que tinha baixa eficiência. A Amazon Mudas, onde Oswaldo atua, resolveu o problema com o desenvolvimento de um sistema de plantio por mudas e mecanizado, similar ao de tomate ou batata.
Além de produtividade, o Tifton 85 contribui para a sustentabilidade ao ajudar a reter água e matéria orgânica. Stival Neto calcula que a pastagem pode sequestrar até cinco vezes mais carbono que gramíneas tropicais convencionais, sendo aliada no combate às mudanças climáticas. O especialista conclui que, com tecnologias corretas, o Brasil poderia atender ao aumento global de 50% na demanda por proteína animal usando apenas 20% da área de pastagem atual. Com informações: Portal do Agronegócio
