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Hoje é Sábado, 01 de Novembro de 2025.
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (30) a medida provisória (MP) que altera as regras do setor elétrico brasileiro. O texto segue agora para o Senado Federal, que deve votar ainda hoje. A proposta precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional até 7 de novembro para não perder a validade.
Entre os principais pontos, a MP estabelece um teto para os gastos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) — fundo que financia políticas públicas como a tarifa social de energia, o programa Luz para Todos e subsídios para fontes renováveis. Além disso, prevê a abertura gradual do mercado de energia elétrica, permitindo que todos os consumidores, inclusive residenciais, possam escolher o fornecedor de eletricidade.
Atualmente, essa opção está restrita a grandes empresas e consumidores de alta tensão.
Segundo o relator, senador Eduardo Braga (MDB-AM), o governo e líderes do Congresso firmaram acordo para retirar do texto o trecho que tratava da contratação de termoelétricas a gás, tema que será analisado separadamente em outro projeto.
“Tivemos de retirar para garantir a votação, já que havia posição contrária do governo”, explicou Braga.
1. CDE – Conta de Desenvolvimento Energético
Como é hoje: financia programas como tarifa social, Luz para Todos e incentivos às renováveis. O custo é pago pelos consumidores na conta de luz.
Como fica: haverá teto de gastos a partir de 2027, com base no orçamento real de 2025.
Se faltar verba, será criado o Encargo de Complemento de Recursos (ECR), pago apenas por quem se beneficia diretamente da CDE.
Isentos: famílias de baixa renda, beneficiários do Luz para Todos e da CCC, custos administrativos da CDE, CCC e RGR, além de estados que não estavam conectados ao SIN até 2009.
2. Abertura do mercado de energia
Como é hoje: apenas grandes consumidores escolhem o fornecedor de energia.
Como fica:
Indústrias e comércio terão até 24 meses para optar livremente.
Consumidores residenciais poderão escolher em até 36 meses.
Criação do Supridor de Última Instância (SUI), que garantirá o fornecimento em situações emergenciais.
3. Armazenamento de energia
Como é hoje: sem incentivos estruturados.
Como fica:
Passa a integrar o planejamento oficial do sistema elétrico.
Equipamentos de armazenamento terão incentivos fiscais (PIS/Cofins/IPI) até 2026.
Poderão ingressar no REIDI (Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura), com benefícios tributários.
4. Micro e minigeração distribuída (energia solar residencial)
A Câmara retirou a cobrança de R$ 20 por cada 100 kWh compensados, prevista inicialmente no texto.
Assim, não haverá tarifa extra para quem instala painéis solares no modelo de autoconsumo local.
5. Comercialização de gás natural
A MP autoriza a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) a comercializar diretamente o gás natural da União, com o objetivo de reduzir tarifas e estimular o setor industrial.
O governo calcula que as mudanças poderão beneficiar mais de 60 milhões de brasileiros ao tornar o sistema elétrico mais competitivo e sustentável. Com informações: g1
