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Hoje é Sábado, 01 de Novembro de 2025.
Na quarta-feira (29), uma grande ação nacional reuniu Ministérios Públicos, Polícias Ambientais e órgãos de fiscalização de 11 estados brasileiros na “Operação Libertas”, voltada ao combate ao tráfico de animais silvestres. A operação resultou no cumprimento de 116 mandados judiciais, com a prisão de sete pessoas preventivamente e onze em flagrante, além do resgate de quase 800 animais retirados ilegalmente da natureza.
(Foto: Divulgação)
A maioria das espécies resgatadas são aves dos biomas Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, incluindo algumas ameaçadas de extinção. Os animais seriam vendidos em feiras clandestinas e pontos de comércio irregular pelo país.
Coordenada pela Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa) e pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a operação contou com apoio da Freeland Brasil e financiamento do Escritório de Assuntos Internacionais sobre Narcóticos e Aplicação de Lei dos Estados Unidos (INL).
Ações em Mato Grosso do Sul
Em MS, foram vistoriados 35 locais em Campo Grande, Bataguassu, Batayporã e Ivinhema, com a participação do Imasul e da Polícia Militar Ambiental (PMA). Durante as fiscalizações:
Uma ave curió foi apreendida;
Um filhote permaneceu com o criador como fiel depositário;
Uma multa de R$ 500,00 foi aplicada;
Cinco notificações foram emitidas, envolvendo situações como manutenção de aves exóticas sem nota fiscal e comunicação de óbito de animal.
Além do tráfico de animais, a operação também identificou crimes associados, como receptação, falsificação de documentos, maus-tratos e organização criminosa. Foram apreendidas armas de fogo, veículos, dinheiro, documentos, celulares e gaiolas.
(Foto: Divulgação)
Entre os animais resgatados destacam-se papagaios, coleirinhos, trinca-ferros, tucanos, quelônios e gatos de bengala, entre outros. Eles foram encaminhados a centros de reabilitação do Ibama e de órgãos estaduais, recebendo cuidados veterinários. Sempre que possível, os animais são devolvidos à natureza; os que não têm condições de sobrevivência permanecem em criadouros conservacionistas ou zoológicos autorizados.
“A operação deflagrada hoje é uma resposta contundente do Estado para proteger nossa fauna, essencial para o equilíbrio ambiental. As investigações seguem para consolidar provas e oferecer denúncia criminal pelos crimes de tráfico de fauna, maus-tratos, associação criminosa e lavagem de dinheiro”, destacou Luciana de Paula Imaculada, promotora de Justiça do MPMG e coordenadora da operação pelo Projeto Libertas.
“Essa ação integrada demonstra o compromisso sério do Ministério Público brasileiro com o enfrentamento ao tráfico de fauna silvestre, um crime que causa sofrimento a milhões de animais, ameaça espécies inteiras e compromete os serviços ecossistêmicos essenciais à vida. Combater essa prática é também proteger a saúde pública, a integridade ambiental e a própria governança do país”, afirmou Juliana Ferreira, diretora-executiva da Freeland Brasil.
Com informações: Jornal da Nova
