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IML inicia identificação dos mortos após operação mais letal da história do Rio

Familiares enfrentam dor e incerteza enquanto Ministério Público e Defensoria acompanham perícias após ação que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão.
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corpos são colocados em praça na Penha no dia seguinte à megaoperação mais letal da história do RJ — Foto: Reuters/Ricardo Moraes. Por: Editorial | 30/10/2025 08:38

Mais da metade dos corpos dos 117 suspeitos mortos na megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio, na terça-feira (28), já passou por necropsia e começou a ser identificada no Instituto Médico-Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio de Janeiro.

Os corpos que já foram periciados começaram a ser liberados para as famílias. Como alguns dos mortos seriam de outros estados, o IML solicitou acesso a bancos de dados de fora do Rio para cruzar informações e confirmar identidades.

Corpos de suspeitos mortos em operação no Rio são levados ao IML — Foto: Reprodução/TV Globo.

A operação, considerada a mais letal da história do estado, terminou com 121 mortos confirmados, sendo quatro policiais civis e militares. Desde as primeiras horas desta quinta-feira (30), o IML registra intensa movimentação de familiares em busca de informações sobre desaparecidos. Um posto do Detran-RJ, ao lado do instituto, foi disponibilizado para acolher e atender parentes das vítimas.

À tarde, representantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, da Defensoria Pública e de outros órgãos devem visitar o IML para acompanhar os trabalhos de perícia e identificação. Técnicos do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) também realizam perícias independentes nos corpos, diante de denúncias de possíveis execuções e outras irregularidades.

O procurador-geral de Justiça do estado, Antônio José Campos Moreira, afirmou que a checagem das imagens é parte essencial da apuração das mortes. O pedido ocorre após o secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, reconhecer que parte dos registros pode ter sido perdida por causa da duração limitada das baterias dos equipamentos.

A operação envolveu 2.500 agentes das polícias Civil e Militar, com objetivo de cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão. Os confrontos mais intensos ocorreram na região da Serra da Misericórdia, onde dezenas de corpos foram encontrados por moradores e levados até a Praça São Lucas, no Complexo da Penha, para facilitar o reconhecimento.

corpos encontrados na mata são levados para a Praça da Penha — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução.

Moradores relataram cenas de horror. “Eu moro aqui há 58 anos. Nunca vi isso. Vai ser difícil esquecer. Essa cena aqui pra mim foi trágica”, contou uma moradora. Outro descreveu o cenário como uma catástrofe: “A cidade tá igual tragédia, como quando tem tsunami ou terremoto, com corpo espalhado em cima do outro.”

Mesmo quem não perdeu familiares diretamente sente o impacto da tragédia. “Não é um dos meus que tá ali, mas eu sou mãe. Sei o que cada um tá passando, porque também já tive uma perda”, desabafou uma mulher que acompanhava o mutirão.

A Polícia Civil informou que o acesso ao IML está restrito à corporação e ao Ministério Público. Casos sem relação com a operação estão sendo encaminhados ao IML de Niterói. A liberação dos corpos ainda não tem previsão para ser concluída. Com informações: G1.




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