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Trump reduz tarifas da China após acordo sobre fentanil e terras raras, mas trégua é considerada frágil

Presidentes Donald Trump e Xi Jinping selam entendimento que inclui redução de tarifas e medidas contra o tráfico de fentanil, mas analistas veem risco de nova escalada na guerra comercial.
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Presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, durante encontro em Busan, Coreia do Sul (Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein). Por: Editorial | 30/10/2025 07:51

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (30) um acordo com o presidente da China, Xi Jinping, que prevê a redução de tarifas impostas a produtos chineses em troca de ações de Pequim para conter o comércio ilegal de fentanil, retomar as compras de soja norte-americana e garantir o fluxo de exportações de terras raras.

O encontro entre os dois líderes ocorreu em Busan, na Coreia do Sul, e marcou a primeira conversa presencial entre eles desde 2019. A reunião encerrou a viagem de Trump pela Ásia, durante a qual o presidente também tratou de parcerias comerciais com Coreia do Sul, Japão e países do Sudeste Asiático.

Trump anunciou que as tarifas sobre importações chinesas serão reduzidas de 57% para 47%, e que as taxas sobre produtos relacionados a medicamentos precursores de fentanil cairão pela metade, para 10%. Segundo o republicano, Xi Jinping se comprometeu a “trabalhar duro” para interromper o fluxo do opioide sintético, principal causa de mortes por overdose nos Estados Unidos.

Pequim também concordou em suspender por um ano os controles de exportação sobre terras raras — elementos essenciais para a indústria de alta tecnologia, defesa e energia. O Ministério do Comércio da China afirmou que os países chegaram a um consenso sobre a ampliação do comércio agrícola e que seguirão negociando questões ligadas ao aplicativo TikTok, cuja operação nos EUA Trump pretende colocar sob controle americano.

A reação dos mercados foi discreta. As bolsas asiáticas encerraram o dia em queda, refletindo cautela dos investidores. “A resposta dos mercados tem sido mais prudente do que o tom entusiasmado de Trump”, avaliou Besa Deda, economista-chefe da consultoria William Buck.

Entre os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, apenas Brasil e Índia continuam sujeitos a tarifas mais elevadas. Antes da reunião, bolsas globais vinham registrando altas históricas em meio à expectativa de um acordo entre as duas maiores economias do mundo.

Durante o encontro, que durou cerca de uma hora e meia em uma base aérea sul-coreana, Xi afirmou que é natural que os dois países enfrentem atritos, mas destacou que “o desenvolvimento da China não é incompatível com o objetivo do presidente Trump de tornar a América grande novamente”.

Os líderes também concordaram em suspender tarifas portuárias sobre transporte marítimo e discutir novos acordos energéticos. Trump disse, em postagem na rede Truth Social, que a China iniciará a compra de energia dos EUA, mencionando um possível projeto de gasoduto de gás natural liquefeito avaliado em US$ 44 bilhões no Alasca.

A Casa Branca informou que espera novas reuniões entre os dois líderes em 2026. Trump pretende visitar a China em abril e depois receber Xi nos Estados Unidos. A mídia estatal chinesa descreveu o encontro como um “triunfo diplomático” para Xi, destacando a confiança de Pequim em enfrentar “todos os tipos de riscos e desafios”.

Apesar do clima amistoso, analistas avaliam que o acordo representa apenas uma trégua temporária. Questões estruturais da guerra comercial — como subsídios estatais chineses e o acesso de empresas americanas ao mercado chinês — continuam sem solução.

Trump afirmou que não tratou com Xi sobre o chip de última geração Blackwell, da Nvidia, tema central no mercado de inteligência artificial. Também não houve discussão sobre Taiwan, ponto sensível nas relações entre Washington e Pequim.

Pouco antes da reunião, Trump ordenou que os Estados Unidos retomassem testes de armas nucleares após 33 anos de interrupção, justificando a decisão pelos arsenais em expansão da Rússia e da China. O Ministério das Relações Exteriores chinês reagiu afirmando esperar que Washington mantenha a moratória sobre testes nucleares. Com informações: IstoÉDinheiro




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