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Triunfo nas urnas acima do esperado impulsiona reformas de Milei na Argentina

Partido do presidente sai vitorioso nas eleições legislativas e fortalece sua base no Congresso, interpretado como aval popular às reformas econômicas ultraliberais.
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Presidente da Argentina, Javier Milei, comemora a vitória de seu partido La Libertad Avanza nas eleições legislativas, que reforçam sua base no Congresso e impulsionam sua agenda de reformas econômicas. (Foto: Reprodução/Deutsche Welle) Por: Editorial | 27/10/2025 08:58

O presidente da Argentina, Javier Milei, obteve neste domingo (26) o aval dos eleitores para prosseguir com sua agenda de reformas econômicas radicais. O partido governista, La Libertad Avanza (LLA), venceu as eleições legislativas de meio de mandato com cerca de 40% dos votos, superando as previsões e ampliando seu poder político. A oposição peronista alcançou aproximadamente 25%.

O resultado é considerado um sinal de amplo apoio da população às políticas de austeridade e desregulamentação promovidas por Milei, que completa dois anos no cargo em dezembro. Apesar das críticas ao rigor fiscal e ao aumento do desemprego, o presidente tem sido creditado pela redução significativa da inflação, obtida por meio de um plano de ajuste severo.

Escândalos e acusações de corrupção envolvendo o presidente e sua irmã, Karina Milei, tiveram pouco impacto nas urnas. A aproximação do governo argentino com os Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, também foi bem recebida, especialmente após o apoio financeiro concedido por Washington e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

As eleições eram consideradas decisivas para a continuidade das reformas. Com o novo resultado, Milei ganha margem de manobra no Congresso para avançar com mudanças estruturais na economia. Durante a campanha, o presidente havia afirmado que precisava de um terço das cadeiras da Câmara dos Deputados para sustentar sua agenda. O resultado final não apenas confirmou esse objetivo, como também o aproximou de conquistar um terço do Senado, graças à aliança estratégica com o partido de direita PRO.

Após a vitória, Milei celebrou o resultado e prometeu acelerar o ritmo das reformas. “Durante os próximos dois anos, temos de fazer avançar o caminho reformista que iniciamos. Teremos, sem dúvida, o Congresso mais reformista da história da Argentina”, declarou.

O desempenho eleitoral também foi comemorado por Donald Trump, que elogiou Milei nas redes sociais, chamando sua vitória de “esmagadora” e destacando que “o povo argentino justificou nossa confiança nele”. O apoio americano incluiu um pacote de US$ 40 bilhões para estabilizar o peso argentino e reforçar as reservas cambiais.

Analistas políticos consideram que o resultado reflete uma escolha pragmática do eleitorado. Diante do temor de uma nova crise econômica, muitos argentinos preferiram manter o atual rumo, apesar dos cortes em subsídios e dos efeitos sociais das reformas. O diretor do instituto Zuban Córdoba, Gustavo Córdoba, afirmou que o voto pode representar “uma segunda chance” para o governo, ainda que o desgaste social continue.

A participação eleitoral foi de cerca de 68%, o índice mais baixo em mais de uma década. Segundo especialistas, a abstenção pode ter beneficiado Milei, já que parte dos eleitores descontentes optou por não comparecer às urnas.

Com o fortalecimento de sua base, Milei já sinalizou novas medidas. Ele pretende propor um novo regime tributário, mudanças profundas na legislação trabalhista e uma reforma ministerial, possivelmente incorporando nomes do PRO, partido do ex-presidente Mauricio Macri.

O presidente reafirmou seu compromisso com a redução de impostos e a flexibilização das relações de trabalho, além de limitar o poder sindical. As novas medidas, segundo ele, serão essenciais para consolidar o que chamou de “a reconstrução liberal da Argentina”. Com informações: IstoÉDinheiro




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