|
Hoje é Domingo, 26 de Outubro de 2025.
As exportações argentinas de carne bovina alcançaram em agosto o maior volume mensal de 2025, totalizando 85 mil toneladas equivalentes de carcaça (TEC). O resultado representa uma expressiva recuperação em relação à mínima de março, quando foram embarcadas 52 mil TEC, e aproxima o país dos picos observados no mesmo período do ano passado, de 86 mil e 89 mil toneladas em agosto e setembro, respectivamente.
O avanço foi favorecido por um cenário internacional mais positivo: os preços da carne subiram, o câmbio se valorizou e o governo argentino reduziu em julho a alíquota dos impostos de exportação em 1,75 ponto percentual. Esses fatores ampliaram a competitividade da carne argentina no mercado global.
Entre os principais destinos, destacaram-se os aumentos nas vendas para a União Europeia (+1.400 t), Israel (+500 t) e Brasil (+100 t). Já México (-1.000 t), Chile (-400 t) e Rússia (-300 t) tiveram retração. Os embarques para China e Estados Unidos permaneceram praticamente estáveis, com destaque para o crescimento de 3.500 toneladas destinadas ao mercado chinês em relação a julho.
A China segue como o principal comprador da carne argentina, seguida pela União Europeia, Estados Unidos, Israel e Chile — que juntos formam os cinco maiores mercados do produto.
Os valores FOB médios apresentaram estabilidade em relação a julho, com alta de 3% nas vendas à China, manutenção para Israel e pequenas quedas entre 2% e 15% nos demais destinos. Na comparação anual, o desempenho foi expressivo: China (+60%), União Europeia (+20%), Israel (+39%), Chile (+30%) e Estados Unidos (+45%). O preço médio ponderado subiu 39%, ficando apenas 7% abaixo do pico histórico de abril de 2022.
Apesar do bom momento, o acumulado dos oito primeiros meses de 2025 soma 536 mil TECs, uma queda de 12% em relação ao mesmo período de 2024. No acumulado de 12 meses, o volume totaliza 858 mil TECs, 2% abaixo do resultado de um ano atrás.
Analistas apontam que o país dificilmente repetirá o recorde de 930 mil toneladas exportadas em 2024, pois seria necessário embarcar cerca de 100 mil TECs mensais entre setembro e dezembro — uma meta considerada improvável.
Mesmo assim, a Argentina mantém-se entre os principais exportadores mundiais de carne bovina, sustentada por um mix competitivo de mercados e produtos de alto valor agregado. O desafio agora é preservar o ritmo de crescimento diante da volatilidade cambial e das mudanças fiscais, sem perder espaço para concorrentes como Brasil, Uruguai e Austrália. Com informações: Notícias Agrícolas.
