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Hoje é Sábado, 20 de Dezembro de 2025.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) alertou que a nova crise global de semicondutores pode provocar a paralisação das fábricas de veículos no Brasil em questão de semanas. A entidade aponta uma “escassez crítica” de chips e cobra medidas urgentes do governo federal para evitar o desabastecimento.
Segundo a associação, o problema decorre de uma disputa geopolítica entre China e Holanda, que impacta diretamente o fornecimento de componentes eletrônicos para a indústria mundial.
A tensão começou após o governo holandês assumir o controle da fabricante Nexperia, uma das maiores produtoras de semicondutores da Europa, subsidiária da chinesa Wingtech. A medida foi tomada para impedir que tecnologias sensíveis fossem transferidas para a China.
Como retaliação, o governo chinês impôs restrições à exportação de componentes eletrônicos, o que já começa a afetar a produção em fábricas automotivas europeias — e ameaça interromper linhas de montagem no Brasil.
Legenda da foto: O logotipo da fabricante de semicondutores Nexperia está pendurado acima da entrada do prédio da empresa (Foto: David Hammersen/AP)
A Anfavea compara a situação atual ao cenário vivido durante a pandemia da Covid-19, quando a falta de chips levou diversas montadoras a suspender temporariamente suas atividades.
“O impacto da falta de semicondutores vai além do setor automotivo, afetando uma gama de segmentos industriais que dependem desses componentes. Já alertamos o governo federal sobre a necessidade de medidas rápidas e decisivas para evitar o desabastecimento”, afirmou a entidade em nota.
Legenda da foto: Fábrica da Stellantis em Goiana (PE) (Foto: Divulgação)
Os semicondutores são essenciais em praticamente todas as funções de um veículo moderno, desde o travamento das portas e o sistema multimídia até o painel de instrumentos e o gerenciamento do motor.
Em média, um carro utiliza entre mil e 3 mil chips em sua fabricação. Sem esses componentes, as montadoras não conseguem manter suas linhas de produção em funcionamento.
A Anfavea estima que 1,3 milhão de empregos estão em risco em toda a cadeia automotiva, incluindo montadoras, fornecedores e concessionárias.
“É fundamental que se busque uma solução em um momento já desafiador, marcado por altos juros e desaquecimento da demanda. A urgência é evidente, e a mobilização se faz necessária para evitar um colapso na indústria”, destacou o presidente da associação, Igor Calvet, em comunicado. Com informações: Jornal da Nova
