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Hoje é Domingo, 26 de Outubro de 2025.
Quando Mato Grosso do Sul foi criado, em 1977, a bovinocultura de corte já era considerada a espinha dorsal da economia local, com 9,3 milhões de cabeças de gado, o quinto maior rebanho do país. Desde então, o agro sul-mato-grossense transformou não apenas a produção, mas também a paisagem e a forma de pensar o campo.
A presença da Embrapa Gado de Corte, antes mesmo da criação do estado, trouxe tecnologias inovadoras, como a recuperação de pastagens e o desenvolvimento de forrageiras tropicais, que aumentam a produtividade e protegem o solo. Essa inovação tecnológica não se limitou à pecuária, alcançando também a agricultura, tornando o agronegócio motor do desenvolvimento econômico do estado.
Entre 2002 e 2021, o PIB da agropecuária cresceu 768%, acompanhando o crescimento do PIB estadual. A produção agrícola se expandiu rapidamente: a soja ocupa 4,5 milhões de hectares, o milho multiplicou sua produção em 65 vezes, e a cadeia sucroenergética se consolidou como pilar da economia. O setor de florestas plantadas e celulose ganhou força após o Plano Estadual de Florestas em 2008, com a área de cultivo de eucalipto passando de 300 mil para 1,7 milhão de hectares, impulsionando a instalação de várias indústrias de papel e celulose.
A suinocultura e a avicultura também se destacaram, com crescimento expressivo nas exportações, que passaram de US$ 338 milhões em 1997 para quase US$ 10 bilhões em 2024, um aumento de 2.505%. Esse crescimento ocorreu aliado à preservação ambiental, consolidando Mato Grosso do Sul como referência em práticas sustentáveis.
No plantio direto, 99% das propriedades já adotam a técnica, que protege o solo. A integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) ocupa mais de 3 milhões de hectares, combinando produção agrícola e pecuária com preservação ambiental. O estado mantém cerca de 35% do território com vegetação nativa nas propriedades rurais e 87% da cobertura do Pantanal preservada, mostrando que produtividade e conservação podem caminhar juntas.
Mato Grosso do Sul estabeleceu a meta de ser carbono neutro até 2030, com o agronegócio como peça-chave nessa transição. Sistemas de produção de baixo carbono, recuperação de pastagens, florestas plantadas e tecnologias sustentáveis, como bioinsumos e fixação biológica de nitrogênio, reforçam o compromisso ambiental.
O Programa ATeG ESG, criado em 2022, introduziu sustentabilidade e gestão eficiente na rotina da assistência técnica, destacando a importância da preservação, capacitação e responsabilidade social para aumentar a competitividade. Hoje, rastreabilidade, descarbonização, uso racional da água e valorização das boas práticas agroambientais são requisitos centrais para acessar mercados exigentes, mostrando que produzir mais pode significar preservar melhor. Com informações: FAMASUL
