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Hoje é Domingo, 26 de Outubro de 2025.
A retomada da produção de fertilizantes foi apontada como uma questão de segurança nacional durante audiência pública da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (21). O debate abordou o Plano Nacional de Fertilizantes, que estabelece metas para o setor até 2050.
Segundo Ticiana Alvares, diretora-técnica do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, a dependência brasileira em fertilizantes nitrogenados subiu de 75% em 2015 para 96% em 2025. Ela criticou o fechamento das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados (Fafens) e da Araucária Nitrogenados (Ansa), classificando a medida como um “desmonte motivado por visão puramente econômica”.
O gerente de Integração Operacional da Petrobras, Rômulo Teixeira, informou que a estatal está retomando a produção nas fábricas da Bahia, Sergipe, Paraná e Mato Grosso do Sul, o que deve suprir cerca de 35% da demanda nacional de ureia.
Já o assessor do Ministério da Agricultura, José Carlos Polidoro, destacou que o plano prevê reduzir para 50% a dependência externa até 2050, com autonomia tecnológica e expansão sustentável. Ele citou ainda o programa Caminho Verde Brasil, que visa recuperar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas e pode elevar a demanda por fertilizantes e calcário nos próximos anos.
O engenheiro Rosildo Silva, ex-gerente da Fafen, alertou que as metas do plano ainda estão abaixo das necessidades do país, lembrando que o Brasil importou 8,3 milhões de toneladas de fertilizantes em 2024.
A audiência foi proposta pelo deputado João Daniel (PT-SE), que defendeu a criação do Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes (Profert), projeto já aprovado no Senado e em análise na Câmara. Com informações: Notícias Agricolas
