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Hoje é Sábado, 25 de Outubro de 2025.
A senadora Tereza Cristina (PP), líder da federação União Brasil-PP (UBP) em Mato Grosso do Sul e uma das principais articuladoras do campo conservador, defendeu que o ex-presidente Jair Bolsonaro anuncie oficialmente que não será candidato em 2026. Segundo ela, a decisão traria clareza à estratégia da direita e ajudaria a definir um nome único para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“O que realmente precisa acontecer é o presidente Bolsonaro dizer que não será candidato. Assim, ele poderá orientar a estratégia e definir qual nome terá apoio, dando força e unidade à direita”, afirmou a senadora em entrevista ao Campo Grande News, em Brasília.
Tereza destacou que o grupo precisa escolher um candidato eleitoralmente viável e com projeto de governo definido. “Temos bons nomes, como Tarcísio, Ratinho e Caiado. Mas é preciso maturidade para definir quem tem condições reais de vencer”, disse.
No cenário estadual, Tereza Cristina prevê uma eleição acirrada caso a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), confirme candidatura ao Senado. “Se Simone entrar na disputa, haverá um acirramento entre direita e esquerda. O PT mantém cerca de 20% de apoio no Estado, e Lula chegou a 40% em 2022”, observou.
A senadora também trabalha para evitar um racha dentro da direita sul-mato-grossense. Ela defende a formação de uma chapa unida, com o governador Eduardo Riedel (PP) e aliados do PL e Republicanos. “O grande desafio é evitar divisões internas, e isso só se faz com diálogo e paciência. Política é conversa”, destacou.
Entre os nomes cotados para o Senado, Tereza citou o ex-deputado Capitão Contar, considerado um possível concorrente dentro do mesmo campo político.
Questionada sobre a possibilidade de ser candidata à vice-presidência em 2026, Tereza Cristina não descartou. “Tudo é possível. Não existe candidatura a vice, mas, se o presidente quiser uma mulher ou alguém de centro, ficarei honrada. O importante é ver o Brasil avançar”, afirmou.
A senadora também comentou as investigações da CPMI do INSS, que apura irregularidades bilionárias envolvendo entidades ligadas a sindicatos. Ela criticou o governo por tentar blindar investigados, entre eles José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula.
“O governo está blindando quem não quer prestar esclarecimentos. São R$ 6 bilhões apurados até agora. Se esse dinheiro não for recuperado, quem paga é o contribuinte”, alertou.
Tereza Cristina abordou ainda temas estratégicos para Mato Grosso do Sul, como a regularização de terras na faixa de fronteira, a retomada da fábrica de fertilizantes de Três Lagoas e o avanço das obras da rota bioceânica, que ligará o Estado ao Chile.
Segundo ela, a regularização fundiária é urgente, pois mais de 35 mil propriedades podem ficar ilegais se o prazo de georreferenciamento vencer. “O projeto não beneficia grileiros, mas garante segurança jurídica a quem está legalmente na terra”, explicou.
Sobre a fábrica de fertilizantes, Tereza defende a conclusão imediata das obras: “O Brasil importa 90% dos fertilizantes que usa. Essa fábrica é uma questão de segurança nacional”.
A senadora também confirmou que a ponte sobre o rio Paraguai, parte da rota bioceânica, deve ficar pronta no próximo ano. “Será um grande avanço logístico e turístico para Mato Grosso do Sul e todo o Centro-Oeste”, concluiu. Com informações: Campo Grande News
