O estado de Mato Grosso enfrenta um cenário alarmante de violência contra a mulher. Até a primeira metade de outubro de 2025, 45 feminicídios foram registrados, número que projeta o ano para superar os 47 casos de 2024, além de já ultrapassar os totais de 2021 e 2019. O mês de junho foi o mais letal, com dez vítimas, segundo dados do Observatório Caliandra do Ministério Público Estadual (MPMT).
Somente no mês de outubro, cinco mulheres foram assassinadas no estado. Sinop e Cuiabá aparecem no topo do ranking, com quatro casos cada, seguidas por Várzea Grande, Sorriso, Rondonópolis e Cáceres, que também registraram múltiplos episódios.
As armas cortantes foram responsáveis por 20 mortes, enquanto armas de fogo causaram 16. As motivações predominantes refletem o ciclo de violência de gênero: ciúmes, inconformismo com o fim do relacionamento e desrespeito à condição feminina.
Diante da gravidade dos números, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) criou, em setembro, a Comissão Especial de Defesa dos Direitos da Mulher, com o objetivo de formular políticas públicas voltadas à redução da violência.
O coronel da SES, Fernando Augustinho, reforçou a necessidade de ação integrada e coragem coletiva no enfrentamento do problema, ressaltando que as raízes do feminicídio vão além da atuação policial. A Coordenadoria Maria da Penha, que atua em 912 municípios, intensifica a fiscalização de medidas protetivas e a capacitação policial para um atendimento humanizado às vítimas. Com informações: Cenário MT.