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Hoje é Sábado, 01 de Novembro de 2025.
Mato Grosso do Sul conquistou um marco importante na agenda ambiental ao se tornar elegível para certificação e futura comercialização de 86 milhões de toneladas de carbono no bioma Cerrado. O reconhecimento foi concedido pela Comissão Nacional para REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal – CONAREDD+), ligada ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, em reunião realizada na última terça-feira (14).
Com essa decisão, o Estado passa a estar oficialmente habilitado a captar recursos internacionais destinados à conservação das florestas e à redução das emissões de gases de efeito estufa. O reconhecimento também consolida Mato Grosso do Sul como referência nacional na implementação de políticas de mitigação climática, alinhadas à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).
“Essa decisão reconhece a capacidade técnica, jurídica e institucional do Governo do Estado, por meio da Semadesc, para coordenar o programa jurisdicional de REDD+ no território sul-mato-grossense”, destacou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
Segundo o secretário adjunto da pasta, Artur Falcette, o próximo passo será o chamamento público para verificação e certificação dos créditos gerados pela redução do desmatamento e da degradação. “Apenas em créditos de REDD+, o potencial de captação pode chegar a R$ 1 bilhão”, afirmou.
Além da comercialização de créditos, o Estado também avança em projetos voltados à restauração de áreas degradadas dentro das unidades de conservação estaduais. Conforme Falcette, o modelo de REDD+ prevê repartição de benefícios entre os diversos setores que contribuíram para os resultados ambientais, com governança transparente e participativa.
A resolução oficial de elegibilidade será publicada nos próximos dias pelo Ministério do Meio Ambiente. Na mesma reunião, também foi aprovada a inclusão do estado de Goiás no programa.
De acordo com o engenheiro florestal Fábio Bolzan, da Semadesc, responsável pela defesa da proposta de Mato Grosso do Sul na 6ª Reunião Ordinária da CONAREDD+, o resultado é fruto de mais de um ano de trabalho técnico desenvolvido em parceria com o Earth Innovation Institute. “Cumprimos todas as exigências legais e técnicas necessárias para estruturar o REDD+ institucional no Estado”, afirmou.
Mato Grosso do Sul abriga três importantes biomas — Cerrado (62,2%), Pantanal (27,3%) e Mata Atlântica (10,5%) — e possui mais de 110 mil km² de vegetação nativa remanescente, fundamentais para a regulação do clima e a preservação dos serviços ecossistêmicos. O Estado também comprovou a redução consistente de emissões, consolidando seu compromisso com um modelo de desenvolvimento sustentável. Com informações: Dourados News
