Em uma ação para combater uma suposta rede de exploração sexual de crianças e adolescentes, a Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou na manhã de segunda-feira (13) a Operação Scutum Innocentiae. Os trabalhos foram realizados em quatro aldeias indígenas do município de Comodoro (1.065 km a noroeste de Cuiabá), onde foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão. Cinco suspeitos, todos indígenas, são investigados pelos crimes de estupro de vulnerável, aliciamento sexual e envio de pornografia infantil.
As investigações tiveram início em agosto de 2025, após o resgate de duas adolescentes de 13 anos que foram encontradas abandonadas em situação de risco na BR-174, próximo a comunidades indígenas. Esse episódio acionou um alerta e, a partir dele, os delegados identificaram indícios de aliciamento e abuso sexual supostamente praticados por moradores das aldeias, com vítimas da área urbana de Comodoro.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Mateus Almeida Oliveira Reiners, as evidências apontam para a existência de uma rede criminosa. “Os elementos colhidos demonstram a existência de uma rede articulada de crimes envolvendo pornografia infantil, estupro de vulnerável e aliciamento sexual”, afirmou.
A análise dos celulares apreendidos das vítimas revelou conversas explícitas em redes sociais. Nos diálogos, os investigados combinavam encontros presenciais com as menores, solicitavam e enviavam imagens íntimas e mantinham uma comunicação de teor sexual constante. Laudos psicológicos confirmaram que, por terem menos de 14 anos, as vítimas foram submetidas a abuso sexual, o que configura o crime de estupro de vulnerável perante a lei.
Durante a operação, os policiais apreenderam celulares e outros objetos que podem conter provas dos crimes. Os cinco suspeitos foram conduzidos à delegacia para prestar depoimento. Para garantir a transparência e o respeito aos direitos dos investigados, a ação contou com o apoio de intérpretes indígenas e de equipes especializadas em crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes.
O nome da operação, Scutum Innocentiae, que em latim significa “Escudo da Inocência”, simboliza o compromisso das autoridades em proteger as vítimas. A Polícia Civil informou que as investigações seguem em andamento para analisar o material apreendido e identificar outros possíveis envolvidos na rede de exploração. Com informações: Cenário MT.