CIUDAD DEL ESTE, PARAGUAI – Uma discussão de trabalho entre empresários chineses transformou-se em uma cena de terror no final da noite de sábado (11), no emblemático Edifício Diamante, em Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu. O saldo da tragédia foi cinco mortos – incluindo o agressor – e três feridos, após uma sucessão de violência, um incêndio de grandes proporções e uma queda fatal.
De acordo com as autoridades paraguaias, o episódio teve início com um desentendimento por motivos comerciais. Jack Cheng Luo, encarregado de um depósito, teria reagido com fúria ao ser comunicado sobre sua demissão e o valor da indenização pelos sócios. Testemunhas relataram ao jornal ABC Color que Luo, armado com uma faca, atacou seus colegas de trabalho, espalhando pânico no 15º andar do prédio.
A violência, no entanto, foi apenas o começo. Após o ataque, Luo abriu intencionalmente botijões de gás na cozinha do local e ateou fogo, desencadeando um incêndio que rapidamente tomou proporções alarmantes. Em um ato final, o homem arremessou-se pela janela, caindo sobre o telhado de um edifício vizinho e morrendo instantaneamente.
O resgate foi extremamente difícil, segundo o Corpo de Bombeiros, que enfrentou portas bloqueadas e fumaça intensa. Para evitar uma explosão, a energia do prédio foi cortada, já que o ambiente estava saturado de gás. Três pessoas foram salvas com vida: uma mulher com ferimento leve no rosto, sua filha de aproximadamente 7 anos e um homem que também ficou ferido. Eles foram hospitalizados e passam por acompanhamento médico.
Além de Jack Cheng Luo, as vítimas fatais foram identificadas como quatro empresários chineses: Wei Biao, Lan Jing Fang, Chen Chu Min e Li Zhao. Todos viviam e trabalhavam no mesmo edifício, que concentra escritórios e apartamentos de comerciantes asiáticos.
Peritos criminais confirmaram a intencionalidade do ato, encontrando marcas de sangue por todo o ambiente e os dois cilindros de gás abertos. O apartamento onde começou o incêndio ficou completamente destruído.
A investigação, que mobilizou Polícia Nacional, Bombeiros Voluntários e o Ministério Público, trabalha com duas hipóteses principais: um crime premeditado por conta do desentendimento trabalhista e a possibilidade de que Luo estivesse sob forte estresse emocional e financeiro. O Edifício Diamante, um símbolo do movimentado comércio de fronteira, foi evacuado e interditado para a apuração das causas do conflito e a avaliação dos danos estruturais, enquanto a comunidade local lida com o choque da tragédia. Com informações oBemdito