O governo federal anunciou, nesta sexta-feira (10), em São Paulo, um novo modelo de financiamento imobiliário voltado para a classe média. A iniciativa amplia o acesso ao crédito e busca impulsionar o setor da construção civil com mais investimentos e geração de empregos.
De acordo com o Palácio do Planalto, o limite de valor dos imóveis financiados dentro do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) passa de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. Além disso, a Caixa Econômica Federal retomará o financiamento de até 80% do valor do imóvel por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) — antes, o limite era de 70%.
Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, as novas regras permitirão o financiamento de cerca de 80 mil imóveis com juros de até 12% ao ano, abaixo da taxa básica da economia, atualmente em 15%. “Essa medida atende a uma faixa da população que estava sem acesso a crédito habitacional. As famílias de classe média agora terão mais condições de conquistar a casa própria”, destacou.
O presidente da Caixa, Carlos Vieira, explicou que a ampliação do crédito é possível graças a ajustes na destinação dos recursos da poupança. Hoje, 65% dos depósitos precisam ser aplicados obrigatoriamente em crédito imobiliário. Com o novo modelo, até 5% dos valores poderão ser deduzidos dos depósitos compulsórios no Banco Central, liberando mais dinheiro para o setor.
De acordo com o Banco Central, a medida deve liberar R$ 111 bilhões em recursos no primeiro ano, com impacto imediato de R$ 36,9 bilhões disponíveis para financiamentos habitacionais.
Durante o evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o novo modelo foi criado para atender uma demanda antiga de trabalhadores da classe média. “Esse programa foi feito pensando em quem ganha R$ 8 mil, R$ 10 mil e não se enquadra no Minha Casa Minha Vida. Essas pessoas também têm direito a sonhar com sua casa”, disse.
O vice-presidente Geraldo Alckmin também celebrou o anúncio. “Moradia é direito e crédito é a forma de alcançá-lo. O governo está dando crédito, oportunidade e esperança de uma vida melhor”, publicou em suas redes sociais.
O governo prevê que a transição para o novo modelo será gradual, começando ainda este ano e com plena vigência a partir de janeiro de 2027. Com informações: g1