As autoridades da Polícia Civil do Paraná (PCPR) concluíram, nesta terça-feira (16), o inquérito que investigava a morte do recém-nascido Gustavo Moreira, ocorrida logo após o parto em 19 de agosto, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. As apurações apontaram que o bebê foi morto pela própria mãe instantes depois de vir ao mundo.
O caso veio à tona quando a jovem, de 19 anos, procurou atendimento médico relatando dores que, segundo ela, seriam decorrentes de uma crise de hemorroidas. Porém, os profissionais de saúde constataram indícios de um parto recente e questionaram a paciente. Inicialmente, ela disse que o bebê havia nascido sem vida, mas a apuração da PCPR comprovou que a criança respirava ao nascer e foi morta em seguida.
Conforme as investigações, a jovem afirmou que não pretendia seguir com a maternidade porque o possível pai se recusava a assumir a criança. Três homens chegaram a ser apontados como potenciais genitores e forneceram amostras para exame de DNA.
Segundo o delegado Luiz Timossi, o laudo necroscópico mostrou que o recém-nascido sofreu traumatismo craniano causado por objeto perfurocontundente, compatível com uma tesoura, e apresentava múltiplas perfurações pelo corpo. Durante o inquérito, a jovem confessou o crime.
Ela foi indiciada por homicídio qualificado — por motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima, praticado contra menor de 14 anos e contra o próprio filho — além de ocultação de cadáver. As apurações também indicaram que a mulher sabia da gravidez, tentou interrompê-la de forma clandestina e escondeu a gestação de familiares e conhecidos, agindo com dolo e planejamento.
O inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário e será analisado pelo Ministério Público. Se condenada, a jovem pode pegar até 50 anos de prisão.