O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (11), os dados da Produção Agrícola Municipal (PAM) referentes a 2024, revelando um cenário de contrastes para a agricultura brasileira. Embora Mato Grosso mantenha a liderança nacional, o estado registrou queda de 21,3% no valor da produção agrícola, que passou de R$ 153,4 bilhões em 2023 para R$ 120,8 bilhões em 2024, representando 15,4% do total nacional.
Mesmo com a retração, o estado ainda lidera o ranking, seguido por São Paulo (R$ 118,0 bilhões; 15,0%) e Minas Gerais (R$ 86,6 bilhões; 11,0%). A queda foi atribuída a fatores climáticos, como a estiagem causada pelo fenômeno El Niño, e à redução dos preços internacionais de grãos, especialmente a soja e o milho.
A produção nacional de grãos recuou 7,5%, enquanto o valor total da produção agrícola brasileira caiu 3,9%, encerrando o ano em R$ 783,2 bilhões. A soja teve queda de 5% na produção e o milho, de 12,9%, embora a oleaginosa siga respondendo por cerca de um terço do valor agrícola nacional.
Outro destaque do levantamento foi a ascensão da Região Sudeste, que registrou crescimento de 9,5% e alcançou R$ 230,2 bilhões em valor de produção, superando pela primeira vez a Região Centro-Oeste (R$ 218,6 bilhões). A força do Sudeste veio de culturas como cana-de-açúcar, café e laranja, que tiveram bom desempenho no mercado interno e externo.
Apesar do recuo, municípios mato-grossenses seguem protagonistas no cenário nacional. Sorriso manteve-se como o maior município agrícola do Brasil, com destaque para soja e milho, enquanto Sapezal se consolidou como líder no algodão, registrando R$ 3,6 bilhões e contribuindo para o recorde histórico da cultura no estado. Com informações: Cenário MT.