A 7ª reunião da Câmara Setorial Temática dos Zebuínos, realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, colocou em pauta dois temas centrais para o futuro do agronegócio: os impactos da reforma tributária e a relevância do melhoramento genético do rebanho.
A advogada tributarista Emília Resende alertou que a reforma tributária, prevista para entrar em vigor em 2026, trará mudanças significativas para o setor. Segundo ela, o Brasil poderá ter uma das maiores cargas tributárias do mundo, chegando a 28%, e a falta de informação entre os produtores sobre as novas regras preocupa.
A especialista explicou que o novo sistema substituirá cinco tributos sobre o consumo por apenas dois: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Além disso, haverá equiparação fiscal entre produtores rurais pessoa física e jurídica. A partir de 2027, produtores com receita anual superior a R$ 3,6 milhões passarão a ser tributados, com regras claras para o recolhimento.
Outro ponto de destaque no encontro foi o debate sobre o melhoramento genético dos rebanhos. O presidente da Câmara Setorial, José Esteves Lacerda, afirmou que o avanço genético beneficia não apenas o setor agropecuário, mas impacta diretamente a economia e a segurança alimentar do estado.
Lacerda citou o exemplo da pecuária leiteira, em que a produtividade de uma vaca pode saltar de 4 para 20 litros diários com o avanço genético. Ele destacou, no entanto, que muitos pequenos pecuaristas não têm condições de investir em genética de qualidade. Por isso, defendeu a criação de linhas de crédito, assistência técnica e suporte científico, garantindo que o melhoramento genético alcance todo o setor, que conta com mais de 35 milhões de cabeças de gado. Com informações: Cenário MT.