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Avanços nos partos hospitalares no Brasil reduzem intervenções desnecessárias, mas desafios persistem

Pesquisa “Nascer no Brasil 2” aponta queda expressiva em práticas como episiotomia e manobra de Kristeller, aumento do parto verticalizado e acesso restrito à analgesia e acompanhamento pré-natal completo.
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Mulher em trabalho de parto no Rio de Janeiro adota posição verticalizada, prática que favorece a saída do bebê e reflete avanços na humanização do parto. Foto: Divulgação. Por: Editorial | 05/09/2025 09:26

Dados da maior pesquisa sobre parto e nascimento no Brasil mostram avanços significativos na atenção obstétrica hospitalar, mas também revelam lacunas importantes, especialmente no pré-natal e no acesso à analgesia.

Entre 2021 e 2023, a realização de episiotomia — corte no canal vaginal para facilitar a passagem do bebê — caiu de 47% para 7% nos partos vaginais do Sistema Único de Saúde (SUS). A manobra de Kristeller, quando o profissional pressiona a barriga da gestante para acelerar o parto, reduziu de 36% para 9%. No sistema privado, apenas 2% das mulheres relataram ter passado pela manobra.

“O Rio de Janeiro praticamente eliminou intervenções desnecessárias e aumentou a adesão a boas práticas, como posições verticalizadas no parto. É uma mudança cultural enorme, fruto de políticas públicas”, afirmou Maria do Carmo Leal, coordenadora-geral da pesquisa.

Apesar das melhorias, o acesso à analgesia diminuiu. No SUS, caiu de 7% para 2% no país e para 1% no Rio; nos serviços privados, passou de 42% para 33% nacionalmente e 30% no estado. Maria do Carmo ressalta que o uso da analgesia está associado a maior chance de parto vaginal bem-sucedido.

Quanto ao tipo de parto, os índices de cesariana ainda são elevados. No SUS, 48% das mulheres passaram por cirurgia — a maior parte após início do trabalho de parto. No sistema privado, 86% das gestantes no Rio tiveram cesariana, das quais apenas 7% ocorreram após o início do trabalho de parto.

O pré-natal, embora amplamente acessado, apresenta falhas críticas: apenas um terço das mulheres teve registro completo de aferição de pressão arterial e exames de glicemia, menos de 34% receberam prescrição de ácido fólico e 31,6% foram vacinadas contra tétano e hepatite B. Entre gestantes de alto risco, 75% nunca consultaram especialista. Com informações: Agência Brasil.




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