Em julho, a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em 0,26%, puxada principalmente pelo aumento da conta de luz, que sofreu reajuste devido à manutenção da bandeira tarifária vermelha patamar 1. O índice ficou acima do registrado em maio (0,24%) e acumulou 5,23% em 12 meses, ultrapassando o teto da meta estabelecida pelo governo.
O preço da energia elétrica residencial subiu 3,04% no mês, causando impacto de 0,12 ponto percentual no IPCA, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento decorreu da cobrança adicional de R$ 4,46 para cada 100 kWh consumidos, além de reajustes regionais em cidades como São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
No entanto, o grupo de alimentos e bebidas registrou queda de 0,27% pelo segundo mês consecutivo, com destaque para itens como batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%), que ajudaram a conter a inflação no período. Sem a redução dos alimentos, o IPCA de julho teria sido de 0,41%.
Outros grupos com queda nos preços foram vestuário e comunicação, enquanto setores como transportes, saúde e despesas pessoais tiveram alta. A maior alta dentro dos transportes foi nas passagens aéreas, que subiram quase 20% devido às férias escolares, embora o preço dos combustíveis tenha recuado pelo quarto mês consecutivo.
O gerente da pesquisa do IBGE, Fernando Gonçalves, também ressaltou que o aumento de julho não refletiu ainda os impactos do aumento de tarifas impostas pelos EUA a produtos brasileiros, que começaram a valer em agosto. Segundo ele, pode haver efeito inicial de queda nos preços domésticos devido ao aumento da oferta interna.
O IPCA considera o custo de vida para famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, coletando preços em 16 capitais e 10 regiões metropolitanas de todo o país. Com informações: Agência Brasil.