Hospitais universitários de Mato Grosso do Sul estão entre os protagonistas do Agosto Dourado, campanha nacional que incentiva o aleitamento materno como ação essencial de saúde pública. Em Campo Grande, o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da UFMS (Humap-UFMS), e em Dourados, o Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD), ambos da Rede Ebserh, se destacam pelas ações voltadas à conscientização e ao fortalecimento da rede de apoio às mães.
A edição de 2025 da campanha tem como tema “Priorize a amamentação: crie sistemas de apoio sustentáveis”, convocando famílias, profissionais da saúde, gestores públicos e sociedade a unirem esforços para promover práticas que favoreçam o aleitamento.
No Humap-UFMS, a coordenadora do Banco de Leite Humano, Edilene Villalba, ressalta que incentivar a amamentação é uma estratégia com alto impacto e baixo custo para reduzir a mortalidade infantil e enfrentar desafios como as desigualdades sociais e as mudanças climáticas. “É fundamental que a sociedade reconheça o aleitamento materno como prioridade de saúde pública”, afirma.
Em Dourados, a enfermeira Neiva Brandão, que atua no HU-UFGD, destaca o papel essencial da família nesse processo. “Ela é o primeiro suporte emocional e prático para a mãe e o bebê, sendo indispensável nessa jornada”, diz.
Nos hospitais da Rede Ebserh em todo o país, histórias como a de Taís Horácio e Luiz Fernando Nascimento, pais da pequena Maia, mostram a importância do acolhimento. “Recebi todas as orientações e sei que posso contar com o Banco de Leite. Isso nos dá segurança”, relata Taís. O pai também reforça que a participação masculina é parte importante do processo.
A campanha também enfatiza a inclusão. Isabel Maliska, do HU-UFSC, lembra que é preciso levar o conhecimento sobre amamentação a todos os perfis familiares. “Famílias trans, homoafetivas, pessoas com deficiência ou em situação de vulnerabilidade também devem ser alcançadas”, destaca.
Um exemplo concreto dessa abordagem ocorre na Maternidade Escola do CH-UFRJ, onde Lucas Leonardo, homem trans, recebeu suporte para amamentar sua filha recém-nascida. “Saber que eu podia pedir ajuda fez toda a diferença”, relata.
Além dos aspectos sociais e de saúde, a campanha chama atenção para o impacto ambiental positivo da amamentação. A médica Alena Jardim, da Maternidade Climério de Oliveira (UFBA), explica que o leite materno é um alimento natural, renovável, sem necessidade de embalagem e sem geração de resíduos. “É o alimento mais sustentável que existe”, destaca.
A pediatra Maristela Honório, do HUPAA-UFAL, reforça que a mobilização pelo aleitamento não deve se limitar ao mês de agosto. “É um compromisso que deve ser mantido o ano inteiro, com ações permanentes de incentivo e esclarecimento”, conclui.
Criada em 2011, a Rede Ebserh é vinculada ao Ministério da Educação e administra 45 hospitais universitários federais, que prestam atendimento pelo SUS e promovem ensino, pesquisa e inovação em saúde. Durante o Agosto Dourado, essas instituições reafirmam seu compromisso com o bem-estar das mães e dos bebês, com ações voltadas à equidade, ao acolhimento e à sustentabilidade. Com informações: Gov.br.