Washington D.C. – Em um movimento que reacende as tensões comerciais globais, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre produtos importados de países com os quais o relacionamento bilateral é considerado insatisfatório. Embora o Brasil não tenha sido explicitamente nomeado no discurso de Trump, a medida afeta diretamente o país, que já havia sido notificado sobre a elevação das taxas.
No início de julho, uma carta assinada por Trump e endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva detalhava a intenção de aplicar uma tarifa de 50% a todas as importações brasileiras. A justificativa apresentada na época mesclava argumentos comerciais com acusações políticas, apontando para supostas interferências na liberdade de expressão e ataques a eleições livres.
Durante um evento em Washington D.C. nesta quinta-feira, Trump reiterou sua estratégia de usar tarifas como ferramenta de pressão para forçar a abertura de mercados estrangeiros. "Em alguns casos, é 50% porque o relacionamento não tem sido bom com esses países. Então apenas dissemos: ‘vão pagar 50’. E é isso", declarou o ex-presidente.
Em abril, Trump já havia implementado o que ficou conhecido como o "tarifaço", uma série de tarifas recíprocas que, na ocasião, taxaram o Brasil em 10%. A nova rodada de sanções, com vigência a partir de 1º de agosto, eleva significativamente essa porcentagem e inclui uma vasta lista de nações:
•África do Sul: 30%
•Argélia: 30%
•Bangladesh: 35%
•Bósnia e Herzegovina: 30%
•Brasil: 50%
•Brunei: 25%
•Camboja: 36%
•Canadá: 35%
•Cazaquistão: 25%
•Coreia do Sul: 25%
•Filipinas: 20%
•Indonésia: 32%
•Iraque: 30%
•Japão: 25%
•Laos: 40%
•Líbia: 30%
•Malásia: 25%
•México: 30%
•Mianmar: 40%
•Moldávia: 25%
•Sérvia: 35%
•Sri Lanka: 30%
•Tailândia: 36%
•Tunísia: 25%
•União Europeia: 30%
Ao justificar a tarifa de 50% ao Brasil, Trump alegou que a decisão foi motivada, em parte, por "ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos". Ele citou o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, acusando-o de emitir "centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA".
Além disso, o ex-presidente americano mencionou Jair Bolsonaro, referindo-se ao ex-presidente como alvo de uma "caça às bruxas", e criticou a relação comercial entre os dois países, classificando-a como "injusta" e "longe de ser recíproca".
Contrariando a narrativa de Trump, dados do Ministério do Desenvolvimento indicam que o Brasil tem acumulado déficits comerciais com os EUA desde 2009, totalizando US88,61bilho~es(aproximadamenteR 88,61 bilhões (aproximadamente R$ 88,61bilhões (aproximadamente R$ 484 bilhões) em importações americanas que superaram as exportações brasileiras.
Diante da medida, o governo brasileiro tem se reunido com empresários para avaliar as possíveis reações. O presidente Lula, que já havia criticado Trump em diversas ocasiões, afirmou que o ex-presidente americano "não foi eleito para ser o imperador do mundo", demonstrando a postura de resistência do Brasil frente às novas tarifas. Com informações G1 Mundo