O deputado federal Geraldo Resende (PSDB), protocolou em Campo Grande, MS, uma representação no Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) pedindo a apuração de possíveis irregularidades cometidas pela ex-prefeita de Naviraí, Rhaiza Matos, e pelo ex-gerente de saúde, Márcio Grei Alves Vidal. Segundo o parlamentar, ambos promoveram uma “reinauguração fake” do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) da cidade, em março de 2022, mesmo com a obra ainda inacabada.
A unidade, que atende moradores de Naviraí e de outros seis municípios, teve sua reforma e ampliação autorizadas em 2019, com repasse de R$ 724 mil por meio de emenda parlamentar indicada pelo próprio Resende. Passados mais de cinco anos, o prédio original segue sem conclusão, o que compromete a oferta de serviços odontológicos especializados na região.
Na denúncia, Resende relata que a ex-prefeita realizou um evento para anunciar a suposta entrega do CEO reformado. No entanto, segundo ele, tratava-se apenas da transferência dos atendimentos para um prédio provisório, apresentado como definitivo. “Cortar a fita inaugural de uma obra significa celebrar, mas neste caso, a fita estava sendo cortada para tampar um buraco aberto no asfalto”, ironizou.
O parlamentar também criticou a condução da área da saúde durante o mandato de Rhaiza Matos, que teria trocado oito vezes o comando da pasta, sem conseguir concluir a obra. Para ele, a condução dos trabalhos demonstrou falta de planejamento e comprometimento com a conclusão de um serviço essencial.
A representação de Resende solicita a abertura de inquérito civil para apurar possíveis atos de improbidade administrativa. Ele ressalta que a situação não se resume a um problema burocrático, mas afeta diretamente a população, que permanece sem acesso adequado aos serviços de saúde.
Além do CEO, o deputado também apontou que a situação do Hospital Municipal evidencia a mesma falta de planejamento. As obras permanecem paralisadas e sem perspectiva de entrega, comprometendo ainda mais o atendimento à saúde no município. A expectativa é que o MPMS conduza uma investigação rigorosa e adote medidas para responsabilizar eventuais irregularidades, garantindo transparência e respeito aos direitos da população.