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Vereadora se declara lésbica em sessão da Câmara de Campo Grande

Parlamentar do PL rebateu críticas sobre preconceito ao discutir cartilha voltada à gestação de homens trans e revelou relação homoafetiva de 11 anos com Larissa Alves de Souza.
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Ana Portela durante fala no plenário da Câmara de Campo Grande, onde assumiu publicamente sua orientação sexual e criticou o uso político de pautas identitárias. Foto: Assessoria. Por: Editorial | 17/07/2025 09:39

A sessão desta terça-feira (8) na Câmara Municipal de Campo Grande terminou com uma revelação histórica. Durante um debate acalorado sobre políticas públicas para pessoas trans, a vereadora Ana Portela (PL) assumiu publicamente ser lésbica, tornando-se a primeira parlamentar mulher da atual legislatura a declarar uma relação homoafetiva no plenário.

A fala veio em resposta ao vereador Jean Ferreira (PT), que acusou a bancada bolsonarista de preconceito durante a análise da cartilha “Cuidando com Respeito - Gestação de Homens Trans e Transmasculines”, criada para orientar profissionais de saúde sobre o atendimento a esse público em Mato Grosso do Sul.

“Todo mundo aqui sabe, todos nossos colegas sabem: eu sou casada há 11 anos com a Larissa Alves de Souza e eu não sou preconceituosa. Não preciso usar essas pessoas como massa de manobra”, afirmou Portela, que também declarou: “Antes de ser casada com a Larissa, eu sou Ana Portela, sou filha, tenho pai e mãe, e não sou minoria. Não é nós contra eles”.

Apesar de se posicionar contra o que chamou de “militância identitária”, a vereadora afirmou que nunca escondeu sua orientação sexual, nem mesmo durante a campanha eleitoral, quando foi a única candidata em Campo Grande com apoio declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Precisa acabar com esse paradigma de que a direita é preconceituosa. Eu fui a única candidata do presidente Bolsonaro aqui em Campo Grande, e ele sabe com quem eu vivo. Eu nunca escondi isso”, reforçou em entrevista após a sessão.

Portela ainda declarou que nunca usou sua vida pessoal como bandeira política. “Antes de qualquer coisa, eu sou a Ana Portela, com pai, mãe, formação, e nunca me considerei inferior por ser casada com uma pessoa do mesmo sexo”, completou.

A cartilha que motivou o debate foi destaque na imprensa local e gerou forte repercussão nas redes sociais, principalmente após críticas feitas em vídeo pelo também vereador André Salineiro (PL). O material, elaborado por entidades de defesa dos direitos trans, tem como objetivo ampliar o acesso a cuidados de saúde adequados para essa população.




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