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Tarifa de 50% proposta por Trump ameaça exportações de Mato Grosso do Sul

Setores como carnes, celulose, ferro e tilápia enfrentam impacto direto; frigoríficos buscam novos mercados para evitar perdas e demissões.
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Frigorífico Bello Alimentos, em Itaporã, prepara estratégia para redirecionar produção diante da incerteza com tarifas americanas (Foto: Divulgação/Bello Alimentos). Por: Editorial | 16/07/2025 14:12

A proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros preocupa Mato Grosso do Sul, um dos maiores polos exportadores do país. A medida afeta setores estratégicos como carne bovina, celulose, ferro bruto e tilápia, que representam grande parte das exportações locais.

Com os EUA como segundo maior mercado consumidor, as perspectivas são alarmantes. No primeiro semestre de 2025, Mato Grosso do Sul exportou para os americanos US$ 315,4 milhões (R$ 1,7 bilhão).

Frigoríficos já sentem o impacto. Sérgio Capuci, vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul (Sicadems), afirma que muitos suspenderam vendas de carne bovina para os EUA e buscam alternativas no mercado interno e em países como Chile e nações do Oriente Médio.

O economista Aldo Barrigosse destaca o impacto da tarifa, lembrando que 68% da produção de ferro gusa do estado é vendida para os EUA, o que pode prejudicar a competitividade dos produtos. Ele também alerta para a alta nos preços para o consumidor americano.

No setor da tilápia, 99% das exportações sul-mato-grossenses foram destinadas aos EUA no primeiro semestre, totalizando US$ 3,9 milhões.

O frigorífico Bello Alimentos, de Itaporã, exporta entre 20% e 25% da produção para os EUA, segundo José Charl Noujaim, gerente de exportação. Apesar da incerteza, mantém o ritmo de produção e aposta no prazo curto de entrega (três dias) para controlar estoques. A empresa se prepara para redirecionar a produção ao mercado interno se as tarifas forem confirmadas.

“A situação é prejudicial para todos e esperamos uma solução rápida para preservar empregos e manter a economia local”, afirma Noujaim. A indústria gera mil empregos diretos e 3,5 mil indiretos.

Capuci acredita que não haverá demissões em massa, pois a estratégia é diversificar os mercados. Barrigosse destaca que a tarifa afeta também as relações diplomáticas, já que os EUA são um dos maiores investidores no Brasil.

Especialistas recomendam diálogo diplomático para evitar efeitos negativos na economia dos dois países. Com a China como maior destino das exportações, a expectativa está na abertura de novos mercados e na superação do conflito comercial. Com informações: Dourados Online.




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