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Rações contaminadas matam ao menos 245 cavalos em quatro estados brasileiros

Produtos da Nutratta Nutrição Animal continham substância tóxica proibida e provocaram mortes em Minas, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas; governo federal determinou suspensão da produção.
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Cavalos em propriedade rural: ao menos 245 animais morreram após consumir ração contaminada da Nutratta, segundo investigação do Ministério da Agricultura. Foto: Reprodução. Por: Editorial | 14/07/2025 16:39

Ao menos 245 cavalos morreram após ingerirem rações contaminadas produzidas pela empresa Nutratta Nutrição Animal. Os casos foram registrados em propriedades de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas, conforme levantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

As investigações apontam falha no controle das matérias-primas utilizadas pela empresa. Análises feitas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) identificaram a presença de alcaloides pirrolizidínicos, especialmente a monocrotalina — substância altamente tóxica para equinos e cuja presença é proibida em alimentos destinados a qualquer animal.

“O que observamos é que todos os equinos que adoeceram ou morreram consumiram as rações da Nutratta. Já os que não ingeriram o produto permaneceram saudáveis, mesmo estando no mesmo ambiente”, informou o Mapa, com base nas amostras coletadas nas propriedades afetadas.

A monocrotalina tem origem em resíduos de plantas do gênero crotalaria, e pode causar danos neurológicos e hepáticos severos mesmo em pequenas quantidades, segundo o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart. “A legislação é clara: essa substância não pode estar presente em nenhuma hipótese”, reforçou.

Diante da gravidade, o Mapa instaurou processo administrativo contra a empresa, lavrou auto de infração e suspendeu a fabricação e a comercialização de rações para equídeos. A medida foi posteriormente ampliada para todas as rações produzidas pela Nutratta.

Apesar da interdição, a empresa conseguiu na Justiça autorização para retomar parte da produção destinada a outras espécies. O ministério, no entanto, recorreu da decisão judicial e apresentou novas evidências técnicas que apontam para o risco sanitário dos produtos.

O governo federal também determinou o recolhimento imediato dos lotes contaminados. A empresa foi procurada pela reportagem e poderá se manifestar. Redação com informações: Cenário MS.




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