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Hoje é Segunda-feira, 27 de Outubro de 2025.
Ao menos 245 cavalos morreram após ingerirem rações contaminadas produzidas pela empresa Nutratta Nutrição Animal. Os casos foram registrados em propriedades de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas, conforme levantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
As investigações apontam falha no controle das matérias-primas utilizadas pela empresa. Análises feitas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) identificaram a presença de alcaloides pirrolizidínicos, especialmente a monocrotalina — substância altamente tóxica para equinos e cuja presença é proibida em alimentos destinados a qualquer animal.
“O que observamos é que todos os equinos que adoeceram ou morreram consumiram as rações da Nutratta. Já os que não ingeriram o produto permaneceram saudáveis, mesmo estando no mesmo ambiente”, informou o Mapa, com base nas amostras coletadas nas propriedades afetadas.
A monocrotalina tem origem em resíduos de plantas do gênero crotalaria, e pode causar danos neurológicos e hepáticos severos mesmo em pequenas quantidades, segundo o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart. “A legislação é clara: essa substância não pode estar presente em nenhuma hipótese”, reforçou.
Diante da gravidade, o Mapa instaurou processo administrativo contra a empresa, lavrou auto de infração e suspendeu a fabricação e a comercialização de rações para equídeos. A medida foi posteriormente ampliada para todas as rações produzidas pela Nutratta.
Apesar da interdição, a empresa conseguiu na Justiça autorização para retomar parte da produção destinada a outras espécies. O ministério, no entanto, recorreu da decisão judicial e apresentou novas evidências técnicas que apontam para o risco sanitário dos produtos.
O governo federal também determinou o recolhimento imediato dos lotes contaminados. A empresa foi procurada pela reportagem e poderá se manifestar. Redação com informações: Cenário MS.
