As condições climáticas adversas, com chuvas fora de época e temperaturas mais baixas do que o normal, vêm dificultando a colheita do algodão no Brasil e levantando alertas sobre a qualidade da safra 2024/25. Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), até o dia 5 de julho, apenas 7,3% da área cultivada havia sido colhida, número muito abaixo da média dos últimos cinco anos, que é de 12%, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Além do atraso, há o temor de que a umidade comprometa a fibra, fator que pode gerar perdas de qualidade e reduzir o valor do produto no mercado. Essa instabilidade afeta também a comercialização. De um lado, produtores seguem focados em liquidar os estoques da safra passada (2023/24) e cumprir contratos a termo previamente estabelecidos. Do outro, compradores tentam negociar novos lotes, mas enfrentam entraves relacionados tanto aos preços quanto à qualidade do algodão ofertado.
A média do Indicador CEPEA/ESALQ nos sete primeiros dias de julho ficou em R$ 4,1127 por libra-peso, com pagamento em oito dias – o menor valor nominal registrado desde novembro de 2024. A retração é influenciada também pelas desvalorizações no mercado internacional, que deixam os compradores ainda mais cautelosos.
Com a instabilidade climática e as incertezas do mercado, o cenário para o setor algodoeiro exige atenção redobrada, especialmente nas próximas semanas, período decisivo para o avanço da colheita e definição da qualidade da safra brasileira. Redação com informações: Noticias Agrícolas.