O Partido dos Trabalhadores (PT) realiza neste domingo (6) eleições internas que irão definir os próximos dirigentes da legenda nos âmbitos nacional, estadual e municipal. O pleito marca um momento estratégico e delicado para o partido, que busca se reorganizar com foco nas eleições gerais de 2026.
Na disputa pela presidência nacional do PT estão os nomes de Edinho Silva, Rui Falcão, Valter Pomar e Romênio Pereira. A escolha será feita de forma direta pelos filiados — algo que não ocorria desde 2013. Em 2017 e 2019, Gleisi Hoffmann foi eleita por meio de congresso partidário. A nova condução do partido terá papel central na definição dos rumos eleitorais do PT para os próximos anos, especialmente na estratégia de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O processo eleitoral acontece em um contexto de enfraquecimento da identificação popular com o petismo. Segundo pesquisa Datafolha divulgada em junho, a proporção de brasileiros que se dizem petistas caiu de 39% em abril para 35% em junho — índice que agora empata com o dos que se declaram bolsonaristas, grupo que cresceu de 31% para 35% no mesmo período.
Essa foi a primeira vez, desde dezembro de 2022, que o Datafolha apontou empate entre os dois grupos. O levantamento foi realizado nos dias 10 e 11 de junho, com 2.004 entrevistados em 136 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Além disso, outra sondagem, divulgada pelo Instituto Paraná Pesquisas, indica que o governo Lula enfrenta desafios na avaliação popular: 56,7% dos entrevistados afirmaram rejeitar o presidente, enquanto 39,8% demonstraram aprovação.
O resultado da eleição interna deste domingo será decisivo para o futuro da legenda, que busca consolidar lideranças, recompor alianças e manter relevância diante da polarização política que se mantém viva no país.