O agronegócio pode ser parte central da solução para os desafios climáticos globais. Essa é a principal mensagem da carta elaborada durante a 35ª Conferência Mundial de Agronegócio e Alimentos (Ifama), encerrada nesta semana em Ribeirão Preto (SP). O documento será apresentado na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para novembro, em Belém (PA).
Resultado da colaboração entre cientistas, pesquisadores, políticos, estudantes e representantes do agro global, a carta propõe cinco eixos estratégicos para expandir a produção de alimentos e bioenergia de forma sustentável. A proposta parte da premissa de que, até 2050, a população mundial deve atingir 9,6 bilhões de pessoas, o que exigirá uma elevação expressiva da produção de alimentos sem ampliar a degradação ambiental.
Assinada pelo presidente da Ifama, Aidan Connoly, e por Marcos Fava Neves, reitor da Harven Agribusiness School e presidente da conferência, a carta defende dois caminhos complementares: o uso de áreas subutilizadas para ampliar a produção e o aumento da produtividade por meio de inovação tecnológica e redução do desperdício.
Os cinco tópicos apresentados no documento são:
Adoção de sistemas de produção sustentáveis e agricultura regenerativa;
Uso de tecnologias aplicadas às cadeias alimentares;
Aplicação de bioinsumos e tecnologias genéticas;
Tecnologias para conversão de energia;
Políticas públicas focadas na descarbonização.
De acordo com os organizadores, o objetivo da carta é demonstrar que o setor agropecuário pode ser um aliado importante no combate às mudanças climáticas, desde que políticas públicas e estratégias privadas estejam alinhadas ao uso de tecnologias climáticas inteligentes.
A programação da conferência contou ainda com a participação de Beth Bechdol, diretora-geral adjunta da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), que reforçou a necessidade urgente de transformação nos sistemas alimentares. “A segurança alimentar e nutricional só será possível com políticas públicas inclusivas, inovação científica e sustentabilidade”, afirmou.
O congresso reuniu representantes de mais de 40 países e instituições de ensino e pesquisa, com debates voltados à segurança alimentar, uso racional de recursos e inovação no campo. Para os organizadores, trazer o evento ao Brasil foi uma oportunidade de mostrar a capacidade do agro nacional em liderar soluções climáticas globais.Com informações: Agro Estadão.