A reunião emergencial do Conselho de Segurança das Nações Unidas, realizada neste domingo (23), evidenciou a escalada de tensão global ao colocar frente a frente os representantes diplomáticos de Irã, Israel e Estados Unidos — três protagonistas no atual conflito que ameaça a estabilidade no Oriente Médio.
O embaixador israelense Danny Danon abriu sua fala com um tom de celebração, ao se referir ao ataque norte-americano às usinas nucleares iranianas de Fordow, Natanz e Isfahan, ocorrido no sábado (21). “Os EUA, líder do mundo livre, eliminaram a maior ameaça existencial para o mundo livre”, afirmou. Danon ainda criticou o silêncio da comunidade internacional diante do que chamou de “teatro diplomático do Irã”.
Por outro lado, o embaixador iraniano Amir Saeid Iravani classificou os ataques como uma "flagrante agressão" e garantiu que o Irã responderá de forma proporcional. “A magnitude da resposta será determinada por nossas Forças Armadas”, afirmou. Ele também acusou os Estados Unidos de agirem em defesa dos interesses do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, e pediu que o Conselho de Segurança adote medidas efetivas contra os agressores.
Apesar da gravidade das declarações e da crescente preocupação com o possível alastramento da guerra, a reunião terminou sem a aprovação de qualquer resolução.
O conflito se intensificou após Israel acusar o Irã de estar prestes a produzir uma arma nuclear e lançar um ataque surpresa no dia 13 de junho. Como resposta, os EUA bombardearam as três principais instalações nucleares iranianas, sob a justificativa de prevenir uma ameaça global.
O Irã, que afirma manter seu programa nuclear para fins pacíficos e sob os princípios do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, denuncia o ataque como injustificável. Já a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) acusa o país de não cumprir plenamente suas obrigações, embora admita não ter evidências concretas de desenvolvimento de armamento nuclear.
A crise atual reacende o debate sobre os riscos da proliferação nuclear e a falta de transparência em programas armamentistas — inclusive os supostamente mantidos por Israel desde a década de 1950, cuja existência nunca foi oficialmente confirmada, mas é amplamente relatada por diversas fontes internacionais.Com informações: Agência Brasil.