O custo da cesta básica em Dourados voltou a subir em maio, registrando um aumento de 2,64% em relação a abril. É o quinto mês consecutivo de alta, segundo levantamento do Projeto de Extensão Índice da Cesta Básica, ligado ao curso de Ciências Econômicas da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia (FACE/UFGD). Os dados foram coletados na última semana de maio e na primeira de junho.
De acordo com o estudo, o valor da cesta passou de R$ 720,03 em abril para R$ 739,03 em maio, comprometendo 48,68% do salário mínimo vigente (R$ 1.518,00). No mês anterior, o comprometimento era de 47,43%.
Dos 13 produtos que compõem a cesta básica – conforme a definição do DIEESE e da Lei nº 399 –, nove apresentaram aumento de preço. O destaque foi o tomate, com alta de 11,81%, seguido por arroz (5,32%), carne (4,50%) e café (1,60%). Este último, assim como o pão francês, registra elevação pelo terceiro mês consecutivo.
Por outro lado, quatro itens ficaram mais baratos: batata (-5,71%), banana (-5,24%), farinha de trigo (-4,00%) e açúcar (-3,49%).
No acumulado de 2025, a cesta básica em Dourados já subiu 13,10%, o que tem preocupado especialistas. Entre os fatores de pressão estão os preços da carne e do tomate, além da variação expressiva entre supermercados, que em maio chegou a R$ 104,99 – diferença de 13,29%.
A pesquisa também aponta perda de poder de compra. Em maio, um trabalhador com jornada mensal de 220 horas precisou de 107 horas e 7 minutos para adquirir os itens da cesta básica. Em abril, esse tempo era de 104 horas e 21 minutos – ou seja, foram necessárias quase três horas a mais de trabalho.
Ainda segundo o DIEESE, o salário mínimo necessário para cobrir todas as despesas básicas de uma família de quatro pessoas, incluindo alimentação, moradia, saúde e educação, seria de R$ 7.528,56 em maio, o equivalente a 4,96 vezes o valor atual.
Apesar da alta, o custo da cesta em Dourados segue abaixo da média estadual. Em Campo Grande, por exemplo, o valor da cesta foi de R$ 789,42 no mesmo período.
Os pesquisadores da UFGD orientam os consumidores a compararem preços e consultarem as pesquisas do Procon para economizar nas compras essenciais. Com informações: Dourados News.